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Caso Gritzbach: polícia conclui que assassinato aconteceu por vingança e indicia seis pessoas pelo crime

Cigarreira e Didi, ambos do PCC, teriam ordenado a morte do delator da facção; PMs Denis Antonio e Ruan Silva foram indiciados pela execução e estão presos

Imagem da noticia Caso Gritzbach: polícia conclui que assassinato aconteceu por vingança e indicia seis pessoas pelo crime
Conclusão inquérito - Reprodução/Polícia Civil
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Durante uma entrevista coletiva nesta sexta-feira (14), o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) apresentou a conclusão do inquérito que investiga a execução de Antonio Vinicius Gritzbac, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), morto a tiros no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, no ano passado.

+ Veja momento do ataque que matou delator do PCC no Aeroporto de Guarulhos

As investigações apontam que a execução, à luz do dia, no principal aeroporto do estado, foi realizada a mando da facção criminosa por vingança pelas mortes de “Cara Preta” e “Sem Sangue”, ambos integrantes do grupo.

Gritzbach era réu por homicídio e acusado de envolvimento em esquemas de lavagem de dinheiro para o PCC.

No total, seis pessoas foram indiciadas. Três estão presas — os policiais militares — e tiveram a prisão temporária convertida em preventiva (sem prazo determinado). Outras três seguem foragidas. Veja quem é quem:

  • Emílio Carlos Gongorra, o Cigarreira, está foragido. Ele é apontado como um dos mandantes do crime;
  • Diego Amaral, o Didi, está foragido. Ele é apontado como um dos mandantes do crime;

Motivação

Santa Fausta, conhecido como "Cara Preta", era integrante do PCC e envolvido com o tráfico internacional de drogas e outros delitos. Já Antônio Corona Neto, o "Sem Sangue", atuava como motorista e braço direito dele.

As investigações mostram que Emílio decidiu matar o delator para vingar a morte de "Cara Preta", assassinado em uma emboscada em 2021. O pagamento aos executores seria de R$ 3 milhões.

A morte do amigo, o suposto desvio financeiro e a delação premiada assinada por Gritzbach com o Ministério Público levaram Emílio a arquitetar a execução, realizada em 8 de novembro do ano passado. O crime brutal foi registrado por câmeras de segurança.

Os policiais foram indiciados por homicídio quintuplamente qualificado e associação criminosa. Segundo os investigadores, não há dúvidas de que os três PMs agiram com a intenção de matar Gritzbach e assumiram o risco de ferir ou matar outras pessoas.

Um motorista de aplicativo foi morto por uma bala perdida durante o ataque contra o empresário.

Policiais envolvidos com o PCC

As investigações do assassinato de Antonio Vinicius Gritzbach revelaram um esquema em que policiais civis mantinham relações com integrantes do PCC.

+ Saiba quem são os 15 militares indiciados pela Corregedoria e as acusações

Ao todo, 16 policiais militares foram indiciados por participação na morte do delator. Desses, 13 eram responsáveis pela escolta de Gritzbach e foram acusados de envolvimento em organização criminosa.

No dia 27 de fevereiro deste ano, a Justiça tornou réus 12 pessoas, sendo oito policiais civis, por envolvimento com o PCC, lavagem de dinheiro, tráfico, corrupção e outros crimes.

A investigação, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, apontou que os acusados usavam a estrutura do Estado para favorecer a facção criminosa.

Segundo o MP, delegados e investigadores colaboravam com criminosos para transformar órgãos como a Polícia Civil em instrumentos de enriquecimento ilícito e proteção ao crime organizado.

Enquanto policiais garantiam a impunidade de integrantes da facção e desviavam as investigações, outros envolvidos lucravam com atividades ilegais.

O esquema ia além da corrupção e da lavagem de dinheiro. De acordo com a investigação, os envolvidos também praticavam tráfico de drogas, homicídios e sequestros. Um dos casos citados na denúncia foi o assassinato de Gritzbach, que havia delatado alguns dos acusados.

Em nota, a Polícia Militar afirmou que investiga rigorosamente o envolvimento de seus membros com o crime organizado.

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