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Polícia

PM preso por suspeita de atirar em Gritzbach é réu por outro homicídio

OUTRO LADO: SBT News aguarda posicionamento da defesa. Crime ocorreu em São Roque, sete meses antes da morte do delator do PCC

Imagem da noticia PM preso por suspeita de atirar em Gritzbach é réu por outro homicídio
Soldado Ruan Silva Rodrigues, segundo suspeito preso por atirar em Gritzbach | Reprodução
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A Corregedoria da Polícia Militar prendeu nesta terça-feira (21) um segundo policial militar suspeito de ser atirador no assassinato de Vinícius Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC).

O SBT News apurou que o novo detido é o soldado Ruan Silva Rodrigues, de 32 anos. Ele já é réu por homicídio qualificado em um caso que aconteceu no dia 11 de março de 2024, em São Roque, interior de São Paulo, sete meses antes da execução de Gritzbach. No crime, Rodrigues atirou nove vezes na vítima.

Ao todo, 26 pessoas foram presas suspeitas de envolvimento no assassinato do delator, em novembro, no Aeroporto Internacional de Guarulhos. O empresário lavava dinheiro para o PCC.

  • 17 PMs, sendo dois suspeitos de abrir fogo e um que dirigiu o carro dos atiradores na fuga;
  • 5 policiais civis;
  • 4 civis investigados por ajudarem o "olheiro" do crime, que está foragido da Justiça.

Nove tiros de glock

Segundo policial militar preso suspeito de ser atirar contra Gritzbach | Reprodução/Polícia Militar
Segundo policial militar preso suspeito de ser atirar contra Gritzbach | Reprodução/Polícia Militar

O SBT News teve acesso ao Inquérito Policial Militar (IMP) instaurado dez dias após o crime em São Roque. Ruan é policial desde 2024, trabalha na 3ª Companhia do 20º Batalhão da Polícia Militar (BPM) e auxiliava o patrulhamento de uma equipe do 50º BPM, na noite do homicídio.

Quatro militares em uma viatura tentaram abordar um homem em um carro Logan que estava em uma rodovia. Ele teria fugido para uma área de mata, mas acabou perdendo controle do carro e colidiu contra um barranco.

Carro em que homem dirigia ficou completamente destruído | Reprodução/IPM
Carro em que homem dirigia ficou completamente destruído | Reprodução/IPM

Segundo o IPM, o homem desceu do carro pela porta do passageiro com uma arma de fogo. Neste momento, Ruan disparou nove vezes e um colega de farda, outras duas. Eudes da Luz Santos, de 38 anos, chegou a ser socorrido ao Pronto Socorro, mas morreu no local.

Exame do Instituto de Criminalística apontou que arma que pertenceria a Eudes não foi disparada. De 11 disparos, ele foi atingido sete vezes, na cabeça, costas, tronco e nas laterais do corpo.

pm-preso-gritzbach
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Os militares envolvidos utilizavam câmeras corporais. No entanto, o soldado Ruan e outros dois policiais não ativaram o dispositivo de gravação, segundo o IPM.

A Corregedoria da Polícia Militar entendeu "não haver indícios de crime militar cometido pelos policiais militares participantes da ocorrência", mas apontou transgressão disciplinar dos policiais, que não gravaram o caso.

Em maio do ano passado, o Tribunal de Justiça Militar repassou o processo judicial para o Ministério Público de São Paulo (MPSP). O promotor Edson Corrêa considerou que os militares envolvidos cometeram o homicídio doloso – quando há a intenção de matar.

"Do conteúdo do presente procedimento verifico que há, em tese, o cometimento de crime doloso contra a vida de civil", declarou o MPSP.

Em julho, a Justiça Militar se declarou incompetente e destinou o caso para a Justiça comum, que ainda não foi julgado. O SBT News pediu o posicionamento do escritório de advocacia que representa Ruan Silva Rodrigues. Não houve resposta. O espaço segue aberto.

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