Israel inicia ofensiva terrestre na Cidade de Gaza e prepara medidas para ocupar região
Comissão da ONU acusa país de genocídio e alerta para crise humanitária; Israel nega as acusações

SBT News
com informações da Reuters
Israel lançou nesta terça-feira (16) uma ofensiva terrestre contra a Cidade de Gaza, preparando medidas para ocupar a região, conforme determinou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
O avanço terrestre das tropas ocorreu após semanas de bombardeios e do cerco à região. A ofensiva levou milhares de moradores a deixarem novamente a Cidade de Gaza, que já havia sido esvaziada no início do conflito.
As estradas em direção ao sul ficaram lotadas, com longas filas de carros e pedestres tentando escapar. Israel estima que 40% da população local já abandonou a cidade.
A ação ocorre depois de o gabinete de Netanyahu aprovar, no início de agosto, um plano para tomar toda a Faixa de Gaza.
O governo israelense considera Gaza o último reduto do Hamas, grupo paramilitar que atacou territórios israelenses e desencadeou uma das guerras mais sangrentas no Oriente Médio. Estima-se que mais de 60 mil palestinos tenham sido mortos.
O ministro da Defesa, Israel Katz, afirmou que o Exército está “atacando com punho de ferro” a estrutura do grupo terrorista, com o objetivo de libertar reféns e derrotar o Hamas. “Não recuaremos e não desistiremos até a conclusão da missão”, declarou.
Enquanto isso, a ONU elevou o tom contra a ação militar. O alto-comissário para os Direitos Humanos, Volker Turk, chamou os ataques de “massacre indiscriminado”, enquanto a Unicef classificou como “desumano” obrigar crianças a fugir repetidamente.
Um comitê de investigação da ONU concluiu ainda que Israel está cometendo genocídio em Gaza, citando quatro dos cinco atos definidos pela Convenção de 1948, como assassinatos, danos graves, desnutrição forçada e restrição a nascimentos.
Israel nega as acusações e rejeita as conclusões do relatório. O documento foi divulgado a poucas semanas de a guerra completar dois anos e estima até 680 mil mortes, das quais 380 mil seriam de crianças menores de cinco anos, caso o ritmo atual do conflito seja mantido.
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