Lewandowski diz que assassinato de delegado-geral de SP foi "brutal" e oferece apoio a Tarcísio
Ruy Ferraz Fontes foi assassinado a tiros na segunda (15), em Praia Grande, no litoral de São Paulo; ministro diz que governo se preocupa e está à disposição

Gabriela Vieira
Hariane Bittencourt
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, disse nesta terça-feira (16) que o assassinato do ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo Ruy Ferraz Fontes foi "brutal" e preocupa o governo.
"O assassinato do ex-delegado-geral Rui Fontes em São Paulo muito nos preocupa, realmente porque foi um assassinato brutal e isso mostra o nível de violência que, infelizmente, graça aqui no Brasil", afirmou à jornalistas.
O ministro participará da comissão especial criada para analisar a chamada Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança nesta terça-feira (16). Na ocasião de sua chegada, ele disse que o governo já tomou as providências necessárias.
"Claro que a responsabilidade da apuração é do governo de São Paulo. Eu hoje liguei para o governador de São Paulo, prestando a minha solidariedade pessoal, não só ao policial morto e à família, mas a todas as forças de segurança do estado de São Paulo", acrescentou.
Lewandowski também diz que está "à disposição do estado", principalmente em questões envolvendo a polícia científica, para investigação de informações e DNA.
Entenda o caso
O ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, foi assassinado na segunda-feira (15) em Praia Grande, no litoral paulista. Câmeras de seguranças do local mostram o instante em que o carro em que ele estava tenta fugir de criminosos, mas bate em um ônibus. Em seguida, três homens armados com fuzis desceram de outro veículo e atiraram contra Fontes, que morreu no local.
O caso repercutiu e chamou atenção do ministro, que afirmou que as investigações estão em curso, mas sem "nada de concreto ainda". Ao ser questionado sobre o crime organizado, ele também diz que "não é um fenômeno só nacional, hoje é um fenômeno global".
No entanto, disse que o aumento de assassinatos está relacionado com o maior acesso de armas. "Há outras razões muito graves para que o crime organizado se movimente, mas essa distribuição, essa disseminação de armas de todo o calibre, inclusive calibre militar, é uma das grandes responsáveis por estes assassinatos brutais que nós vemos”, deixou claro.
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PEC da segurança
A comissão especial criada para analisar a chamada Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança abre nesta terça-feira (16) sua primeira audiência pública.
Segundo o ministro, o projeto é de interesse "suprapartidário". "É claro que ela sofrerá algumas alterações, porque, afinal de contas, nós estamos na Casa do povo, o povo é que tem que decidir qual é o conteúdo mais detalhado dessa PEC, mas acho que há um interesse geral", afirmou.
Portanto, o ministro espera que a cooperação entre as forças, ao nível nacional, as forças federais, estaduais e municipais de segurança pública, não sofra alteração.
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