Saúde reforça alerta contra leptospirose e aumenta prevenção no RS
Estado registrou aumento de casos devido às enchentes; recomendação é procurar atendimento médico nos primeiros sintomas
O Ministério da Saúde informou que está monitorando o aumento de casos suspeitos de leptospirose no Rio Grande do Sul. As infecções, causadas por contato com a urina de animais (principalmente ratos) infectados ou com água contaminada, já resultaram na hospitalização de 54 moradores, enquanto quatro morreram pela doença.
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A leptospirose está relacionada, sobretudo, às condições precárias de infraestrutura sanitária e à alta infestação de roedores infectados. Em cenários de desastres climáticos, como no Rio Grande do Sul, a persistência da bactéria no ambiente pode facilitar surtos da doença. A recomendação é procurar atendimento médico nos primeiros sintomas.
“Pacientes que tenham tido contato com água parada ou lama das enchentes, inclusive no processo de limpeza dos ambientes, e apresentem febre, dores musculares, dor de cabeça ou mesmo sintomas semelhantes à gripe, devem buscar atendimento médico em qualquer ponto da rede de atenção à saúde”, recomendou o Ministério da Saúde.
Até o momento, foram entregues 400 testes de leptospirose ao Rio Grande do Sul para ser usado na vigilância da doença. A pasta reforçou que o tratamento está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e não depende de confirmação laboratorial.
Como se prevenir em enchentes
A bactéria Leptospira penetra no corpo por mucosas da boca, nariz e olhos, e por meio da pele em caso de imersão prolongada na água contaminada. Feridas e cortes facilitam a infecção. Em situações de inundação, o Ministério da Saúde recomenda as seguintes medidas de prevenção:
- Cubra cortes ou arranhões com bandagens à prova d’água;
- Se possível, utilize botas e luvas para reduzir o contato com a água contaminada, ou sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés;
- Após as águas baixarem, retire a lama e desinfete pisos, paredes e bancadas com água sanitária, deixando agir por 15 minutos (sempre com a proteção de luvas e botas de borracha);
- Não nade ou beba água doce de fonte que possa estar contaminada pela água da enchente;
- Descarte alimentos e medicamentos que tiveram contato com a água da inundação;
- Trate a água antes do consumo, fervendo ou utilizando hipoclorito de sódio;
- Caso seja profissional de saúde ou de resgate, use equipamentos de proteção individual (EPIs).
O controle dos roedores também é importante para evitar a proliferação da doença. Para isso, basta fazer o descarte adequado do lixo, evitando acúmulo de entulhos, e fechando frestas e aberturas em portas e rodapés. O lixo deve ser colocado em sacos plásticos ou em latões de metal com tampa, e armazenado em locais altos até que seja coletado.
Fui infectado. Há tratamento?
O tratamento deve ser feito com o uso de antibióticos a partir do momento da suspeita. Para os casos leves, o atendimento é ambulatorial, mas, nos casos graves, a hospitalização deve ser imediata, visando evitar complicações e diminuir a letalidade.
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Segundo o Ministério da Saúde, a antibioticoterapia está indicada em qualquer período da doença, mas sua eficácia costuma ser maior na primeira semana do início dos sintomas. Na fase precoce, são utilizados Doxiciclina ou Amoxicilina, e para a fase tardia, Penicilina cristalina, Penicilina G cristalina, Ampicilina, Ceftriaxona ou Cefotaxima.