Nísia anuncia meta de cirurgias e redução de filas para tratamentos no SUS
Ao lado de Lula, ministra da Saúde também defendeu pontos nos quais entende que a pasta avançou em 2023 e planos até 2026
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou que o governo pretende realizar 1 milhão de cirurgias por ano no Sistema Único de Saúde (SUS) entre 2024 e 2026. O anúncio foi feito em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, na companhia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta segunda-feira (8). A pasta também informou que irá contratar médicos especialistas para atendimento no SUS.
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Nísia afirmou que a intenção do governo é agilizar o tempo de espera, uma vez que é "impossível" acabar com a fila de espera, já que a tendência é aumentar a demanda por cirurgias do SUS com o aumento da demanda.
"Não vamos acabar com filas, até porque, quando aumenta a oferta, tem o crescimento da demanda. Trata-se de reduzir tempo de espera, as pessoas precisam ser tratadas com dignidade, o sistema tem que resolver os problemas de saúde", afirmou a ministra.
Segundo Nísia, o governo realizou 650 mil cirurgias pelo SUS em 2023 após projetar 500 mil em 2023. A ministra também ressaltou que em 2023 foram investidos R$ 6,5 bilhões em saúde e o planejamento para 2024 foi de um aporte de R$ 10,9 bilhões. Além disso, o governo envia mais R$ 150 milhões por ano para apoiar estados e municípios.
Uma das medidas anunciadas pelo governo para conseguir atingir essa meta é o programa Mais Acesso a Especialistas, que tem como objetivo reduzir o tempo de espera por cirurgias, exames e tratamentos no SUS ao ampliar o potencial de atendimentos remotos. O programa já tem a adesão de 99,9% dos municípios, segundo o Ministério da Saúde.
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Atualmente, se uma pessoa procura a Unidade Básica de Saúde com pressão alta e precisa fazer exames cardiológicos para examinar o coração, por exemplo, a chance de esse paciente cair em uma fila de espera é grande e, com isso, demorar para conseguir o exame. O Mais Acesso a Especialistas pretende mudar essa realidade.
O SUS passa a ofertar outras possibilidades de encaminhamento, reduzindo o tempo de espera, buscando o paciente quando for necessário que ele se trate sem demora e, até mesmo, quando possível, garantindo atendimento na Atenção Primária, por telessaúde. O novo programa vai permitir um diagnóstico mais ágil e o tratamento adequado.
A ministra também defendeu melhorias ocorridas durante sua gestão, como na cobertura vacinal. Segundo dados do Ministério da Saúde, 13 dos 16 principais imunizantes do Plano Nacional de Imunizações (PNI) tiveram aumento na cobertura.
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"Nos 27 estados da Federação, alcançamos 90% de cobertura com vacinas como poliomielite, sarampo, mostrando importância do movimento. Agora em 2024, lançamos a vacinação nas escolas em parceria com o Ministério da Educação", disse.
Trindade também comentou o recorde nos casos de dengue no país, sobretudo no Centro-Oeste e em parte da região Sul desde o ano passado. Ela disse que, entre as medidas, estão alertas, dias D de combate à dengue, aporte de recursos, campanhas de esclarecimento e repasse de recursos para estados em situação de emergência, previsto em R$ 1,5 bilhões.
Segundo dados do Ministério da Saúde, o país, em março, atingiu 2,74 milhões de casos de dengue, um recorde. O maior número de casos prováveis de dengue, anteriormente, ocorreu em 2015, com 1,68 milhões de prováveis infectados.