Milton Nascimento tem Parkinson e Diabetes, diz filho; entenda relação entre as doenças
Tema de enredo da Portela no carnaval, cantor de 82 anos convive com condição neurodegenerativa desde 2022

Wagner Lauria Jr.
O empresário Augusto Nascimento, filho de Milton Nascimento, falou pela primeira vez sobre o diagnóstico de Parkinson do pai. Em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, ele revelou que o cantor, de 82 anos, recebeu o diagnóstico há dois anos.
No Carnaval deste ano, o cantor mineiro foi tema de enredo da Portela, que terminou a apuração em quinto lugar.
Milton está aposentado dos palcos desde novembro de 2022, após uma turnê de despedida. Apesar disso, lançou em agosto de 2024 o álbum "Milton + Esperanza", em parceria com a cantora norte-americana Esperanza Spalding.
Entenda o Parkinson
O Parkinson é a segunda doença degenerativa mais comum no mundo. Descrita pela primeira vez em 1817 por James Parkinson, em seu "Ensaio sobre a Paralisia Agitante", tem como um dos principais sintomas a tremedeira das mãos, mas ele não é o único.
É possível também ter rigidez ou lentidão de um dos braços, além de dificuldade de balançar a mão ao caminhar, por exemplo, explica o neurologista Flávio Sekeff Sallem.
Normalmente, por pelo menos um ano após o diagnóstico, a doença permanece em apenas um lado do corpo e depois atinge a outra parte. De forma menos frequente, os sintomas têm início nos membros inferiores: perna direita ou esquerda e outras regiões corporais.
Segundo o neurologista André Ferreira, o paciente pode apresentar sinais até dez anos antes dos sintomas mais característicos da doença, que merecem atenção.
São eles:
- Intestino preso;
- Depressão;
- Perda de Olfato;
- Sono agitado.
Doença pode ter relação com diabetes?
A resposta é sim. Um publicado pela Parkinson's UK, uma instituição de caridade de pesquisa e apoio de pesquisas sobre a doença no Reino Unido, ressalta que, em razão da falta de produção de insulina pelo corpo, a glicose não consegue ser utilizada pelas células cerebrais
"[A glicose] É o combustível que elas usam para gerar a energia que precisam para funcionar. Então, pessoas com diabetes podem ter maior risco de ter Parkinson, porque células cerebrais produtoras de dopamina são particularmente vulneráveis se não conseguem produzir energia suficiente.", ressalta o texto.









