Fátima Bernardes fala sobre 'síndrome do ninho vazio' após saída dos filhos de casa; o que é?
Apesar de não ser uma condição clínica, segundo a Mayo Clinic, pode envolver sentimentos de solidão e tristeza; entenda

Wagner Lauria Jr.
A apresentadora Fátima Bernardes compartilhou em uma entrevista como tem lidado com a saída dos filhos de casa e, consequentemente, sobre a 'síndrome do ninho vazio'. Ela é mãe de trigêmeos Beatriz, Vinícius e Laura — frutos do seu casamento com o jornalista William Bonner.
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“Não encaixava em nada do que tinha lido sobre ninho vazio. Não era uma pessoa sem amigos, não tinha sintoma físico de depressão, mas sentia, de vez em quando, uma falta de sentido”, revelou a apresentadora.
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Ela contou que, mesmo mantendo uma rotina ativa, percebeu a necessidade de reorganizar o tempo e a vida pessoal após a mudança na dinâmica familiar.
“Dois filhos foram morar fora, a Beatriz foi morar a um quilômetro de mim, mas ficamos eu e a casa. Não é fácil, mas tem horas que é muito bom ter o seu dia para organizar as suas coisas”, disse.
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O que é a síndrome do ninho vazio?
A 'síndrome do ninho vazio' é um termo usado para descrever o sentimento de solidão, tristeza ou perda de propósito que alguns pais podem experimentar quando os filhos saem de casa — geralmente para estudar, trabalhar ou formar suas próprias famílias.
De acordo com artigo publicado por Isabel Sorpreso e Adriana Sayuri Hashimoto, da Faculdade Medicina da USP, dentre os sintomas da condição estão melancolia e tristeza, medo de envelhecer sozinha e perda de interesse sexual.
Além disso, o artigo fala que a síndrome pode coincidir com a transição da mulher do período reprodutivo para o não reprodutivo, chamado climatério ou menopausa.
Segundo a médica da família Jessica Sosso, em artigo publicado na Mayo Clinic, apesar dos sintomas, a síndrome do ninho vazio não é considerada um diagnóstico clínico, como a depressão e ansiedade, por exemplo.
A especialista dá algumas dicas para lidar com esse momento:
- Aceite o momento e evite comparar a rotina do seu filho com a sua própria experiência ou expectativas;
- Mantenha contato com ligações, e-mails, mensagens de texto, bate-papos por vídeo e visitas pessoais;
- Busque apoio de pessoas queridas. Mas caso sinta sintomas persistentes, como desânimo, que estejam trazendo prejuízos significativos para sua vida, consulte um especialista (veja abaixo quando procurar ajuda);
- Mantenha-se positivo e direciona suas energias para dedicar-se aos seus interesses pessoais.
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Quando procurar ajuda?
De acordo com a psicóloga Juliana Orrico, é importante fazer as seguintes perguntas a si mesmo:
- Estou conseguindo realizar minhas atividades?
- Meu sono não é mais o mesmo e isso está prejudicando minha vida?
- Atividades que antes traziam alegria agora são indiferentes?
- O desânimo persiste por várias semanas sem motivo aparente?
- Pensamentos irracionais e negativos estão persistentes?
- Tenho alteração na memória?
- Sinto dores físicas frequentes sem diagnóstico real?
Se respondeu "sim" para essas perguntas, pode ser o momento ideal para buscar ajuda profissional. Quando buscamos no momento certo, faz toda a diferença. A ajuda profissional não é um luxo, mas uma necessidade quando sentimos que nossa saúde mental está comprometida.