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Saúde

Câncer de Preta Gil: o que é a amputação do reto?

Procedimento foi realizado em 2023 pela artista, que anunciou recidiva do câncer no último dia 22; por que o câncer pode voltar?

Imagem da noticia Câncer de Preta Gil: o que é a amputação do reto?
Preta Gil passa por um uma recidiva do câncer | Reprodução
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A cantora Preta Gil revelou que precisou amputar o reto durante o tratamento contra o câncer colorretal, em que a artista enfrenta uma recidiva da doença. A declaração foi dada ao Fantástico, da TV Globo.

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"Essa cirurgia [da amputação] eu fiz há um ano. Agora, eu estou em um novo tratamento, com outros focos dos tumores, mas que também serão sanados, também serão curados, com toda a minha fé", disse a cantora.

Ela também afirmou que tudo no câncer "é um tabu e eu não posso ter vergonha, porque é a minha realidade".

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A artista, de 50 anos, foi diagnosticada com adenocarcinoma, um tipo de tumor maligno no reto no início do ano passado, quando deu início ao tratamento. Na ocasião, ela recebeu o diagnóstico após sofrer episódios de sangramento, vômito e desmaio.

No último dia 22 de agosto, ela revelou em suas redes que, durante exames de rotina no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, os médicos identificaram a necessidade de retomar o tratamento contra a doença.

Qual é a indicação de amputação do reto?

A indicação ocorre, geralmente, após o tratamento quimioterápico e radioterápico. A proctectomia, como é conhecida a retirada completa ou parcial do reto, é bastante usada para tratar câncer na região, segundo Instituto Johns Hopkins.

No período que antecede a cirurgia, as indicações são alimentação saudável, parar de fumar e jejum. Além disso, é indicada a realização de exames de imagem e sangue e um ECG para verificar saúde cardiovascular do paciente, de acordo com Instituto.

O procedimento acontece da seguinte maneira: o reto é removido e a abertura anal, fechada. A outra extremidade do cólon é anexada a uma abertura (chamada de estoma) feita na parte inferior da barriga. A partir daí, os movimentos intestinais, então, são coletados em uma bolsa, segundo o instituto.

Fisioterapia pélvica pode ser indicada para recuperação da região | Freepik
Fisioterapia pélvica pode ser indicada para recuperação da região | Freepik

Preta Gil teve que usar uma bolsa de ileostomia

Nos primeiros três meses após o procedimento de retirada, em setembro de 2023, Preta Gil precisou usar uma bolsa de ileostomia, na parte final do intestino delgado, para desviar o fluxo das fezes para fora do corpo.

Segundo o Instituto Johns Hopkins, algum tempo após a cirurgia de retirada do reto, outra cirurgia costuma ser feita para reconectar o intestino e fechar a ileostomia.

No caso da artista, após a proctectomia, ela passou pela reconstrução de parte do trato intestinal e só tem uma cicatriz da cirurgia que foi feita. Passou a fazer fisioterapia pélvica, indicada para tratamento dos músculos do assoalho pélvico, que ajuda na reabilitação de regiões como bexiga, útero e reto.

"No meu caso, que fiz uma retirada de um tumor no reto, quando reverter o trânsito intestinal, muita coisa vai mudar para mim. Então, eu tenho que estar muito fortalecida no assoalho pélvico", disse Preta.

Além de casos oncológicos, a cirurgia pode ser indicada para colite ulcerativa e doença de Crohn.

Por que o câncer pode voltar?

O termo recidiva é usado pela literatura médica para definir o retorno de uma doença. No caso do câncer, ainda que em um primeiro momento ocorra a remissão completa, ele pode retornar quando pequenas áreas tumorais ficam no corpo, as "micrometástases", que não são detectáveis em exames de imagem, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO).

"Mesmo com o tratamento que tinha intenção de curar o câncer, ele pode voltar", ressalta Clarissa Baldotto, oncologista clínica e membro do Comitê de Tumores do Sistema Nervoso Central da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).

Recidiva de câncer pode não ser detectada em exames de imagem | Freepik
Recidiva de câncer pode não ser detectada em exames de imagem | Freepik

De acordo com a SBCO, o retorno da doença pode acontecer no mesmo local onde foi diagnosticado inicialmente (recidiva local) ou em outras regiões do corpo, podendo ser uma área próxima à do diagnóstico inicial (regional) ou em outra parte do corpo, geralmente distante de onde ocorreu pela primeira vez (metastática distante ou a distância).

Por exemplo, seria o caso de um paciente inicialmente com câncer de mama, mas que na recidiva desenvolve a doença nos ossos.

Geralmente, segundo Baldotto, a recidiva é detectada em consultas de retorno, que devem ser realizadas de três em três meses no início e, depois, continuam com aumento gradativo. Nessas consultas, os médicos costumam indicar exames como tomografia e pet-scan.

É possível prever se o câncer irá voltar?

Não há uma maneira precisa de prever a probabilidade de recidiva de um câncer. No entanto, ao analisar "a biologia da doença", segundo a oncologista, ou seja, como é a célula que causou o câncer, além do tamanho do tumor, o crescimento acelerado do câncer e se ele se disseminou para outras regiões, é possível definir a necessidade de um tratamento para diminuir o risco da recidiva: tratamento adjuvante e o neoadjuvante.

Em geral, de acordo com a especialista, a recidiva acontece nos dois primeiros anos após a remissão completa, mas pode retornar até mesmo depois de cinco anos em casos mais raros.

O tratamento muda na recidiva?

Os protocolos de tratamento são muito variados, já que depende de qual é o tipo de recidiva e o tempo que ela levou para acontecer. Mas, em geral, segundo a especialista, são indicados tratamentos que envolvam o corpo inteiro: quimioterapia, imunoterapia, terapia-alvo e hormonioterapia.

Além disso, pode ser que as células da recidiva tenham resistência aos medicamentos usados na primeira vez. Neste caso, será preciso mudar estratégia de abordagem.

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