Adolescentes mais ativos fisicamente têm menor risco de depressão, mostra estudo
Pesquisa acompanhou jovens dos 6 aos 18 anos, sendo que os efeitos positivos da atividade física foram mais consistentes a partir dos 14; entenda

Wagner Lauria Jr.
Manter-se fisicamente ativo na adolescência pode reduzir o risco de depressão. É o que mostra um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia e publicado no Journal of the American Academy of Child & Adolescent Psychiatry.
+ Por que comportamentos autodestrutivos têm crescido entre crianças e jovens?
+ De ataque cardíaco a depressão: o que o estresse causa na vida das pessoas?
+ Estudo aponta que musculação melhora sintomas de depressão e ansiedade em idosos
De acordo com a professora Silje Steinsbekk, do departamento de psicologia da instituição, “jovens que são menos ativos fisicamente ao longo do tempo têm um risco maior de desenvolver sintomas de depressão”.
A pesquisa acompanhou 873 crianças e adolescentes dos 6 aos 18 anos ao longo de sete etapas (aos 6, 8, 10, 12, 14, 16 e 18 anos). A cada dois anos, os níveis de atividade física dos participantes eram monitorados com o uso de acelerômetros — instrumentos semelhantes a pedômetros, mas mais avançados. Os jovens usavam o aparelho durante sete dias consecutivos, o que fornecia dados precisos sobre o nível de movimento diário e a intensidade da atividade física.
+ Padre Fábio de Melo: por que a depressão pode voltar? Entenda
Além disso, entrevistas clínicas foram realizadas para avaliar a saúde mental dos participantes, oferecendo informações confiáveis sobre sintomas de depressão.
O que os dados revelam?
Segundo os pesquisadores, os efeitos protetores da atividade física contra a depressão foram mais consistentes a partir dos 14 anos.
“Essa descoberta foi verdadeira para adolescentes de 14 a 16 anos e de 16 a 18 anos. Tanto a soma da atividade física diária quanto a proporção de atividade mais intensa, particularmente importante para a nossa saúde, mostraram-se protetoras contra sintomas de depressão”, afirma Steinsbekk.
Participação esportiva e autoestima também foram analisadas
A equipe também investigou se fatores como a imagem corporal, a autoconfiança em relação às habilidades físicas e a participação em esportes influenciavam essa associação. Embora esses aspectos tenham seu papel, a atividade física por si só se mostrou um fator de proteção importante.