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Saúde

De ataque cardíaco a depressão: o que o estresse causa na vida das pessoas?

Até certo ponto, essa reação natural do organismo, que também tem sua forma "positiva", é útil, mas pode enfraquecer sistema imunológico; entenda

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Estresse pode trazer inúmeros malefícios para as pessoas | Freepik
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O Brasil é o 4º país mais estressado do mundo, segundo o último relatório do Instituto Ipsos. O que essa reação do organismo, que envolve a produção de substâncias como cortisol, causa na vida das pessoas?

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Até certo ponto, a sensação pode ser útil, quando estamos diante uma situação de perigo, por exemplo, porque prepara nosso corpo para lidar com os problemas. Mas se torna problema quando perdura, torna-se crônico. É o que avalia o psiquiatra Bruno Brandão.

"Não à toa 50% dos pacientes ansiosos e estressados experimentam depressão", ressalta Bruno.

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Segundo a psicóloga da USP Liliana Seger se o agente estressor persiste, em qualquer que seja a situação (veja mais detalhes abaixo), começam a aparecer os sintomas psicológicos, como depressão e ansiedade generalizada, além dos sintomas físicos como gastrites, dermatites, queda de cabelo e alopecia, hipertensão e até ataques cardíacos.

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Os dois especialistas apontam que o estresse prolongado também enfraquece o sistema imunológico, tornando a pessoa mais suscetível a infecções e outras doenças, como o câncer.

Brasil ocupa quarto lugar no ranking de países com população mais estressada | Pixabay
Brasil ocupa quarto lugar no ranking de países com população mais estressada | Pixabay

Distress: quando o corpo pede socorro

Seger aponta que o distress é a palavra para definir quando estresse está excessivo. Brandão ressalta que ele pode ser notado de acordo com o nível de prejuízo que o estresse está causando na vida da pessoa.

"O nível de sofrimento. Sempre que o sujeito tiver um prejuízo. Qual? No trabalho, nos relacionamentos, torna-se impossível gerenciar esse estresse, que acaba tomando a vida da pessoa", ressalta.

Na avaliação de Liliana e Bruno o impacto desse estresse crônico causa insônia ou hipersonia (dormir demais), aumenta a velocidade envelhecimento, cansaço constante, a dificuldade de concentração, descontrola o apetite, traz dores de cabeça e dores musculares.

A lista continua: explosões de raiva, mudanças bruscas no humor, falta de interesse em atividades que antes eram prazerosas e sentimento de impotência.

Uso de tecnologia e sobrecarga no trabalho

Existem diversos motivos que podem levar ao estresse no dia a dia, de acordo com os especialistas. No entanto, para Bruno, acontece principalmente pela sobrecarga de trabalho, especialmente agora com o celular e o trabalho online.

"Apesar de ser um facilitado, acaba estendendo a demanda e as pessoas ficam constantemente online, com ansiedade de desempenho e pressão por resultados", ressalta.

Uso de tecnologia tem feito com que as pessoas se tornassem mais estressadas  Freepik.png
Uso de tecnologia tem feito com que as pessoas se tornassem mais estressadas Freepik.png

No entanto, outros fatores como preocupações financeiras, desafios nos relacionamentos (familiares, amorosos e sociais), e a pressão por atender expectativas tanto pessoais como profissionais também estão na lista das principais causas.

Além disso, na via constante conexão com a tecnologia (mídias sociais e as comparações) e a falta de tempo para relaxar e desconectar agravam essa situação.

"Se a pessoa puder subir um andar de escadas, ou caminhar até a esquina respirando e prestando atenção, já ajuda muito", disse.

Estresse positivo?

Seger aponta que também existe algo chamado como "estresse positivo".

"São mudanças importantes na vida, como o nascimento de um filho, uma nova casa ou emprego, mesmo que positivos, podem ser fatores estressores, que também causam desgaste no corpo", explica.

Como lidar com o estresse excessivo?

Os dois especialistas recomendam a introdução de atividade física regular para o gerenciamento de estresse. "O sedentarismo é um vilão do estresse", ressalta Brandão.

"Priorizar o tempo, ter uma agenda para se organizar, ter contato com a luz solar, evitar cochilos ao longo do dia, conexões sociais reais, sem ser essa preocupação com likes e seguidores, evitar telas antes de dormir e ter boas noites de sono ajudam na manutenção do estresse diário", pontua.

Seguer pontua que, simplesmente, sair para caminhar pode ajudar muito no gerenciamento do estresse. Mas faz uma recomendação especial para essa caminhada.

"É preciso estar presente na situação, sentindo os passos, as cores, o verde das árvores se for em um parque. Só de a pessoa subir as escadas, ou caminhar até a esquina respirando e prestando atenção, já ajuda muito. Ficar ruminando os pensamentos não vai ajudar a relaxar e pode ser, inclusive, uma situação que aumenta a raiva e a ansiedade", explica Seger.

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