Estudo aponta que musculação melhora sintomas de depressão e ansiedade em idosos
Atividade aumenta ganho de força e massa muscular, além de promover maior interação social
A prática da musculação pode promover, além do ganho de força e massa muscular, benefícios para a saúde mental da população idosa, sobretudo no caso de pessoas que apresentam transtornos de ansiedade e depressão. É o que aponta um estudo publicado na revista Psychiatry Research, no qual foram revisados mais de 200 artigos sobre o tema.
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A análise foi conduzida por Paolo Cunha, bolsista da Fapesp de pós-doutorado no Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (Iiepae). Segundo o pesquisador, o exercício físico resistido tem se mostrado uma das melhores estratégias não farmacológicas para um envelhecimento saudável, incluindo a melhoria da saúde mental.
“Estudos têm revelado que a redução da força e da massa muscular, eventos naturais associados ao envelhecimento, pode estar associada ao aumento de problemas de saúde mental, visto que existem diversos mecanismos fisiológicos que provocam mudanças funcionais e estruturais e que são comandados pelo cérebro”, apontou Cunha.
Ele destacou ainda outro benefício importante para a saúde mental: quando realizada em grupo, a musculação permite maior interação social entre os praticantes. Tal interação é importante para que o grupo tenha uma vida social ativa, uma vez que cerca de 16% dos idosos brasileiros dizem sentir solidão - o que pode desencadear sintomas depressivos.
Qual é a recomendação?
As informações produzidas até o momento sugerem que o ideal para o público idosos é praticar musculação três vezes por semana, com três séries de cada exercício e sessões não muito longas – seis exercícios aparentemente são o suficiente. A dica, segundo Cunha, é fazer menos, mas bem-feito: uma série curta pode trazer mais resultados.
Outro ponto observado é que o uso de equipamentos de musculação parece ser mais benéfico para a saúde mental do que métodos de exercício resistido que envolvem o uso de faixas elásticas ou do peso do próprio corpo, por exemplo.
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“Embora não haja dados estatísticos comparando os dois tipos de treinamento, a prescrição do exercício resistido com o uso de equipamentos se mostrou mais indicada, conferindo um melhor resultado sobre a saúde mental dos idosos, tendo em vista que é possível controlar melhor a intensidade e o volume do exercício”, explica o pesquisador.