Publicidade
Saúde

Adolescente morre após diagnóstico tardio de apendicite; veja riscos e sinais de alerta

Jovem de 16 anos foi oito vezes à UPA, mas em nenhuma delas foi diagnosticada com inflamação do apêndice; família alega negligência médica

Imagem da noticia Adolescente morre após diagnóstico tardio de apendicite; veja riscos e sinais de alerta
Livia Belmiro, de 16 anos, morreu após complicações em cirurgia para retirada do apêndice | Reprodução
• Atualizado em
Publicidade

Livia Goulart Belmiro, de 16 anos, morreu após diagnóstico tardio de apendicite, em Canoas, no Rio Grande do Sul. Inicialmente, a jovem teve fortes dores na região da barriga e nos rins, procurou a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) por oito vezes e tomou mais de dez remédios diferentes. No entanto, em nenhum dos atendimentos recebeu o diagnóstico correto. A família alega negligência médica.

+ Família denuncia suposta negligência médica após morte de bebê no interior de SP

Segundo a mãe, os laudos clínicos mostravam que a jovem estava com infecção urinária, o que impossibilitou o tratamento a tempo.

"Ficaram mascarando a dor da minha filha. Se tivessem feito o exame correto nela, a gente teria corrido no tempo hábil atrás de tratamento e ela ainda estaria conosco", disse.

+ Jovem de 19 anos morre após parto no Rio de Janeiro; família acusa hospital de negligência

Com a piora dos sintomas, a adolescente foi transferida para um hospital, onde foi constatada uma apendicite após tomografia. Livia passou por uma cirurgia de emergência, mas teve uma infecção generalizada e não resistiu.

No hospital, foi informado para a família que fazia cerca de três semanas que Livia estava com o "apêndice estourado".

+ Filhos devem ser indenizados pela morte da mãe por negligência médica em Minas

Em nota, a prefeitura de Canoas lamentou o ocorrido e disse que abriu uma sindicância para apuração dos fatos.

Quais são riscos do diagnóstico tardio de apendicite?

A apendicite é a inflamação do apêndice, no final do intestino grosso, localizado na parte inferior direita do abdômen. Segundo artigo publicado na "Revista Interdisciplinar em Saúde", da Faculdade de Santa Maria, no RS, as complicações do diagnóstico tardio de apendicite incluem septicemias, abscessos, infecções subcutâneas (quando atinge as camadas abaixo da pele e podem chegar em outros órgãos internos), além de obstrução intestinal.

"Portanto, o diagnóstico precoce, nesse sentido, representa a mais importante conduta em termos de evolução para os pacientes, evitando a realização de procedimentos cirúrgicos desnecessários ou mesmo o tratamento tardio de condições urgentes", pontua o texto, escrito por seis profissionais da área da saúde.

+ Bolsonaro passa por cirurgia após nova obstrução intestinal

Uma vez não tratado, a inflamação do apêndice pode causar seu rompimento, o que causa a liberação de fezes ou pus para a cavidade abdominal, segundo o Manual MSD.

Ainda de acordo com o artigo da "Revista Interdisciplinar", a apendicite pode ser considerada a causa mais comum de dor abdominal súbita e aguda que não estão relacionadas a traumatismo (lesões causadas por batidas), especialmente em jovens entre 10 e 30 anos.

Além disso, representa a causa mais prevalente de dor abdominal em serviços de urgência e necessita de intervenção cirúrgica imediata, único tratamento disponível para a condição.

Sinais de alerta do apendicite

A manifestação clínica mais comum do apendicite é a dor abdominal por toda a barriga, que ocorre entre 12 a 24 horas após o surgimento dos primeiros sintomas, junto com febre.

Após uma semana ou mais, a dor e a febre continuam, geralmente com maior intensidade, e o exame físico poderá detectar uma protuberância na parte inferior direita do abdômen, segundo a Faculdade de Santa Maria.

O diagnóstico é feito por hemograma, análise de rotina da urina, ultrassonografia e tomografia computadorizada.

Publicidade
Publicidade

Últimas Notícias

Publicidade