Oito pacientes perdem o olho após cirurgia de catarata no Rio Grande do Norte
Em Belém, no Pará, 23 pacientes contraíram infecções, resultando na perda completa da visão em alguns deles
Um novo caso alarmante de complicações em cirurgias de catarata foi registrado, desta vez no interior do Rio Grande do Norte. Pacientes que participaram de um mutirão para o procedimento oftalmológico relataram perda de visão, levantando preocupações sobre a segurança dos atendimentos.
Na semana passada, o SBT Brasil já havia revelado uma situação semelhante em Belém, onde pacientes também enfrentaram graves complicações após cirurgias realizadas na Clínica São Lucas. Após a veiculação da reportagem, outras vítimas entraram em contato com a equipe de jornalismo do SBT, buscando assistência.
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Antônio, um dos pacientes afetados em Belém, não consegue mais trabalhar em seu comércio após perder a visão do olho esquerdo durante a cirurgia, no dia 1º de julho.
"Não enxergo desse lado aqui nadinha. Eu ia para a feira, fazia minhas compras", relata.
Mais de 20 pessoas que se submeteram ao mesmo procedimento apresentaram infecções causadas por uma bactéria. Algumas delas tiveram que remover os olhos. A Secretaria Municipal de Saúde de Belém anunciou a suspensão dos encaminhamentos para a clínica e informou que a Vigilância Sanitária já realizou uma inspeção no local. A Polícia Civil do Pará está investigando o caso por suspeitas de exercício irregular da medicina e venda casada, após denúncias do Ministério Público.
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Uma situação similiar ocorreu no Rio Grande do Norte, onde oito pessoas tiveram que remover um dos olhos após um mutirão realizado pela Prefeitura de Parelhaz. Izabel, de 63 anos, foi uma das vítimas, e o filho dela, Eduardo dos Santos Souza, expressou revolta:
"A gente vai tentar fazer uma cirurgia para ver melhor e acaba saindo cego."
A Prefeitura de Parelhaz (RN) afirmou que está oferecendo assistência aos pacientes e notificou as autoridades sanitárias estaduais e nacionais. A Vigilância Sanitária está investigando o caso.
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Especialistas ainda não sabem determinar qual bactéria causou as infecções, mas alertam que descuidos na esterilização de materiais e na limpeza do ambiente podem ser fatores de risco.
"Todos esses insumos e fatores usados na cirurgia podem ter carregado essa bactéria e causado essa epidemia em um único dia. Não devemos banalizar uma cirurgia que, apesar de segura, pode ter complicações severas. Produtos baratos podem levar a resultados catastróficos", informou Bruno Fontes, diretor da Sociedade Brasileira de Oftalmologia.
O Ministério da Saúde disse que acompanha as investigações das autoridades de saúde de Belém, no Pará, e de Parelhas, no Rio Grande do Norte.
