Mpox: Ministério da Saúde convoca reunião nesta terça (13) para tratar de casos no Brasil
Também conhecida como "varíola dos macacos", a doença viral vem preocupando autoridade internacionais, sobretudo no Congo
Diante do aumento de casos de Mpox (varíola dos macacos ou monkeypox) na África, o Ministério da Saúde (MS) convocou para esta terça-feira (13) uma reunião para tratar da doença. A infecção viral que se manifesta a partir de lesões na pele, além de febre e dores musculares, pode ser confundida com surto de herpes ou sífilis e está sob observação da Organização Mundial de Saúde (OMS).
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Dados do MS apontam que, em 2023, foram notificados 738 casos confirmados — novas atualizações de infectados e óbitos confirmados serão atualizados após reunião técnica da pasta. “Será realizada reunião com especialistas nesta terça-feira para atualização dos serviços de vigilância e assistência médica”, informou a pasta. A avaliação é que o evento apresenta risco baixo neste momento para o Brasil. Dados do ministério (último Boletim Epidemiológico Especial divulgado, de janeiro) apontam 16 óbitos.
Vacinação
A pasta lembrou que, em 2023, a imunização contra a doença foi realizada em um momento de emergência em saúde pública de importância internacional, com o uso das doses liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de forma provisória. “Caso novas evidências demonstrem a necessidade de alterações no planejamento, as ações necessárias serão adotadas e divulgadas oportunamente”, concluiu o ministério.
No início do mês a OMS publicou documento oficial solicitando a fabricantes de vacinas contra a Mpox que submetam pedidos de análise para o uso emergencial das doses.
Comitê de emergência da ONU
A agência global para saúde, subordinada à Organização das Nações Unidas (ONU), também irá se reunir para tratar do assunto, na quarta (14). Um comitê de emergência decidirá se recomenda, ou não, que o diretor-geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus, decrete uma nova emergência sanitária de importância internacional, como no passado.
Em decorrência do aumento exponencial de casos na República Democrática do Congo (RDC), chegando a afetar 14 mil pessoas e levando a óbitos outras 511, a organização se preocupa com novas variantes do vírus e um possível descontrole da situação. “Dada a propagação fora da República Democrática do Congo e a possibilidade de uma nova propagação internacional dentro e fora da África, decidi convocar um comitê de emergência para me aconselhar sobre se a epidemia constitui uma emergência de saúde pública de interesse internacional”, declarou Ghebreyesus em coletiva de imprensa.
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O que é Mpox?
A Mpox é uma doença zoonótica viral. A transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com animais silvestres infectados, pessoas infectadas pelo vírus e materiais contaminados. Os sintomas, em geral, incluem erupções cutâneas ou lesões de pele, linfonodos inchados (ínguas), febre, dores no corpo, dor de cabeça, calafrio e fraqueza.
Há duas formas de apresentação da varíola dos macacos: uma cepa que é mais grave e pode matar até 10% dos infectados e outra que é menos agressiva, responsável pelo surto global da doença em 2022: mais de 99% dos pacientes sobreviveram.
Nesse surto do Congo foi identificada uma nova mutação da cepa mais agressiva, que pode ser responsável por mais de 240 casos e pelo menos três mortes. Os casos mais graves ainda são muito recentes e é preciso esperar a confirmação para ter certeza dos riscos.
Como é a transmissão da Mpox?
A transmissão da doença não mudou em relação às cepas anteriores: a Mpox é transmitida pelo contato com a pele de pessoas que estão contaminadas. No caso do Congo, a maior parte das infecções foi transmitida pelo sexo, forma mais comum de transmissão da varíola dos macacos, segundo a OMS.
Dados
O SBT News questionou o MS sobre dados mais recentes, visto algumas incongruências divulgadas na mídia. Recebemos de resposta que durante a reunião de hoje (13 de agosto) serão ponderados os números de infectados e óbitos no país.
Já segundo relatório publicado neste mês (agosto) pela OMS, o país notificou de 1º de janeiro de 2022 até 30 de junho de 2024: 11.212 casos confirmados da doença e 16 óbitos.