Tarifas tornam inviável exportação de carne bovina ao mercado dos EUA, diz Abiec
Segundo representante da indústria de carne bovina, alguns contratos precisariam ser revistos por conta de tarifação adicional

SBT News
com informações da Reuters
As tarifas de 50% anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil tornam inviáveis as exportações de carne bovina brasileira ao mercado norte-americano, afirmou nesta sexta-feira (11) o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Roberto Perosa.
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Segundo o representante da indústria de carne bovina, alguns contratos de exportação de carne bovina aos EUA precisariam ser revistos por conta de tarifação adicional.
Perosa, que está nos EUA em um evento do setor, falou em videoconferência para jornalistas. Ele disse ainda que há incertezas sobre as cargas que estão a caminho do mercado norte-americano.
"É óbvio que os contratos estabelecidos terão que ser revistos. Com essa tarifação é inviável economicamente que o Brasil envie carne aos Estados Unidos", disse ele.
CNA
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) também divulgou uma nota, na quinta-feira (10), classificando a medida como unilateral e injustificável diante do histórico de relações comerciais entre os dois países.
"Brasil e Estados Unidos, em 200 anos de relações, sempre estiveram do mesmo lado. Não há razão para que essa situação se modifique”, afirmou a CNA. “Questões comerciais devem ser resolvidas por meio do diálogo, sem condições prévias, em benefício comum. A economia não pode ser prejudicada por disputas de natureza política."
A entidade também pediu que os canais diplomáticos sejam acionados com urgência para conter os efeitos da decisão americana.
Confira nota na íntegra da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) acompanha com atenção a decisão do Governo dos Estados Unidos de impor tarifas adicionais de 50% sobre todas as suas importações de produtos brasileiros. Esta medida unilateral não se justifica pelo histórico das relações comerciais entre os dois países, que sempre se desenvolveram em clima de cooperação e de equilíbrio, em estrita conformidade com os melhores princípios do livre comércio internacional.
Medidas desta natureza prejudicam as economias dos dois países, causando danos a empresas e consumidores. Qualquer análise das relações entre os Estados Unidos e o Brasil, seja no campo no comércio ou dos investimentos, terá sempre que concluir que essas relações sempre serviram aos interesses dos dois países, não havendo nelas qualquer desequilíbrio injusto ou indesejável.
Os Estados Unidos e o Brasil em 200 anos de relações sempre estiveram do mesmo lado e não há qualquer razão para que essa situação se modifique. Os produtores rurais brasileiros consideram que essas questões só podem ser resolvidas em benefício comum por meio do diálogo incessante e sem condições entre os governos e seus setores privados. A economia e o comércio não podem ser injustamente afetados por questões de natureza política.
Nossa esperança é que os canais diplomáticos sejam intensamente acionados para que a razão e o pragmatismo se imponham para benefício de todos, pois este é o único caminho que serve ao entendimento e à prosperidade.