STF inicia nesta segunda (21) depoimentos de testemunhas do "núcleo 3" da trama golpista
Grupo é composto por militares do Exército acusados de planejar ações táticas para efetivar golpe de Estado

Camila Stucaluc
O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia, na manhã desta segunda-feira (21), as oitivas das testemunhas de defesa e acusação no processo que apura o chamado “Núcleo 3” da trama golpista. As sessões, realizadas por videoconferência, estão programadas para terminar na quarta-feira (23).
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O “Núcleo 3” é acusado de planejar “ações táticas” para efetivar o golpe de Estado. O grupo, denunciado pelos crimes de tentativa violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, envolvimento em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado, é composto por nove militares da ativa e da reserva do Exército e por um policial federal. São eles:
- Bernardo Romão Corrêa Netto (coronel)
- Estevam Gaspar de Oliveira (general da reserva)
- Fabrício Moreira de Bastos (coronel)
- Hélio Ferreira Lima (tenente-coronel)
- Marcio Nunes Resende Júnior (coronel)
- Rafael Martins de Oliveira (tenente-coronel)
- Ronald Ferreira de Araújo Júnior (tenente-coronel)
- Rodrigo Bezerra de Azevedo (tenente-coronel)
- Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros (tenente-coronel)
- Wladimir Matos Soares (agente da Polícia Federal)
Os interrogatórios fazem parte da etapa de instrução criminal – quando a defesa e a acusação trabalham para a produção de provas. Ao fim das oitivas, as partes deverão apresentar suas alegações finais e o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, preparará o relatório final para o julgamento. É com base nessas manifestações que os magistrados decidirão se os réus serão condenados ou absolvidos.
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Ao todo, a Procuradoria-Geral da República (PGR) dividiu a denúncia de tentativa de golpe em cinco núcleos. O “Núcleo 1”, do qual o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) faz parte, abrange autoridades responsáveis pelo planejamento da trama golpista. Já o “Núcleo 2″ foi responsável pela gerência do plano, enquanto o “Núcleo 4″ ficou encarregado de disseminar desinformação e ataques ao sistema eleitoral.