Presidente da Apex diz que escritório em Miami está desestruturado após caso das joias de Bolsonaro
Pai de Mauro Cid teria utilizado local para negociar a venda ilegal de presentes da Arábia Saudita ao governo brasileiro
Paola Cuenca
Lara Curcino
O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Jorge Viana, afirmou, em entrevista ao programa Perspectivas, que o escritório em Miami, nos Estados Unidos, está desestruturado após o caso da suposta venda ilegal de joias da Arábia Saudita dadas à Presidência do Brasil durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Assista no site e no canal do SBT News no YouTube.
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Segundo investigação feita internamente pela Apex, o general Mauro Cesar Lourena Cid, que estava à frente do escritório à época, utilizou o local para negociar os presentes. O caso também é apurado em inquérito da Polícia Federal (PF), que já indiciou Bolsonaro e outras 11 pessoas. O militar é pai do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
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"E lá em Miami, o resultado? Uma tragédia. Lamentavelmente, pessoas estão sendo punidas, desligadas e nós estamos repensando [a lógica de funcionamento do escritório]. Vamos fazer uma repaginação total do escritório da Apex por causa disso", detalhou Viana.
De acordo com o presidente da agência, a sede em Brasília também terá troca no quadro de funcionários, porque houve conflitos. Em uma reunião, segundo ele, pessoas chegaram a colocar armas em cima da mesa, em tom de ameaça.
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"E não só lá em Miami [será feita a reestruturação], porque na própria sede, em Brasília, também teve um conflito de grupos trocando cadeado, colocando arma em cima da mesa. Uma tragédia. E isso em uma agência que deveria estar cuidando da promoção das exportações", afirmou ele.