Pedro Campos diz que CCJ agiu como Pilatos ao adiar decisão sobre prisão de Chiquinho Brazão
Pedido de vista suspendeu votação em comissão da Câmara; análise só deverá ocorrer depois de 9 de abril
O deputado federal Pedro Campos (PSB-PE) criticou a medida da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara de adiar decisão sobre a prisão de Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), um dos supostos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol). "O papel da CCJ foi de [Pôncio] Pilatos: lavou as mãos e deixou pra tomar a decisão após a Semana Santa", disse, em entrevista ao Brasil Agora desta sexta-feira (29).
+ Caso Marielle: os pontos cegos para a PF confirmar a versão do delator
Além da analogia bíblica, Campos, de 28 anos, também vê no pedido de vista da CCJ — medida que prevê mais tempo de análise — uma demonstração de "fraqueza" dos parlamentares.
"Foi simplesmente pra protelar a votação. E fazer com que, em plena Semana Santa, a gente lavasse as mãos em relação a tomar uma decisão. E adiar para 9 de abril. Demonstra falta de coragem da CCJ de analisar o caso", apontou o deputado, em conversa com o apresentador Murilo Fagundes.
+ AGU pede a Facebook e Twitter remoção de conteúdo que vincula Flávio Dino à morte de Marielle
O plenário só vai analisar a prisão de Brazão após a deliberação da CCJ. Campos acredita que haverá maioria pela manutenção da prisão do deputado.
"Pela comoção do caso e pelos elementos trazidos tanto pela investigação quanto pela decisão do ministro Alexandre de Moraes, ratificada pela Primeira Turma do STF. Elementos indicam que existia flagrante de delito, tendo em vista que os crimes de associação criminosa e de obstrução de Justiça eram cometidos de maneira continuada", explicou.
+ Brasil Agora: os recados de Macron a Bolsonaro; o foro privilegiado no STF
Autor do projeto que reconhece como manifestação cultural o espetáculo da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, no município de Brejo da Madre de Deus (PE), Campos disse que seu primeiro mandato como deputado é pautado pela "tradição política vinculada a causas populares e ao combate à desigualdade".
"Isso foi foco da atuação de Miguel Arraes de Alencar [bisavô], do meu pai, Eduardo Campos, e também é a forma como meu irmão João Campos conduz a prefeitura de Recife. Nosso mandato tem atuado fortemente na área de educação, pautando por exemplo projeto de água nas escolas. E, também, na área de infraestrutura", contou.