AGU pede a Facebook e Twitter remoção de conteúdo que vincula Flávio Dino à morte de Marielle
Na foto, o ministro do STF está ao lado do então governador eleito do Maranhão, Carlos Brandão, que é erroneamente identificado como Chiquinho Brazão, suspeito de ser mandante do assassinato
A Advocacia-Geral da União (AGU) encaminhou às plataformas digitais Facebook, X (antigo Twitter) e Kwai notificações extrajudiciais com pedido de remoção de publicações falsas a respeito do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino. Os autores das postagens usaram fotos divulgadas no dia 30 de outubro de 2022, tiradas de contexto, para associar, de forma falsa, o magistrado aos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista dela, Anderson Gomes.
Semelhanças físicas
As fotos mostram Dino fazendo o “L”, com o nome “Lula” escrito na camisa, ao lado de um homem que, fisicamente, lembra o deputado federal Chiquinho Brazão, preso no último domingo (24) suspeito de ser um dos mandantes da morte de Marielle. A pessoa da fotos, na verdade, é o governador do Maranhão, Carlos Brandão. As imagens usadas para a manipulação tinham sido publicadas nas próprias redes socais do governador.
Os conteúdos falsos não fazem uma associação direta ao nome de Chiquinho Brazão. Por isso, podem ser interpretadas também como referência ao irmão do deputado, o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão. Os irmãos, de fato, se parecem, o que potencializa o risco de confusão para quem recebe os conteúdos, já atestados como falsos por agências de checagem.
Pedido
A Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD), órgão da AGU responsável pela elaboração das notificações, incluiu nos pedidos de remoção uma lista com 136 postagens com a desinformação, sendo 79 no Facebook, 40 no X e 17 na plataforma Kwai. As publicações listadas já alcançaram cerca de um milhão de visualizações desde domingo, quando os suspeitos foram presos pela Polícia Federal.
A AGU alerta nas notificações que as postagens continuam acessíveis aos usuários, apesar de “claramente afrontarem os termos de usos das respectivas plataformas”. Por essa razão, a procuradoria pede que as publicações sejam removidas em um prazo de até 24 horas ou que, pelo menos, sejam identificadas pelas próprias plataformas como falsas para os usuários.