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Política

Esquerda convoca ato para se contrapor ao de Bolsonaro, mas descarta pedido de prisão

Diferentes cidades deverão ter manifestações em 23 de março; divulgação de que atos exigiriam prisão de Bolsonaro foi criticada

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Movimentos sociais e partidos de esquerda estão preparando atos para diferentes cidades do Brasil, no próximo dia 23 de março, com o objetivo de se contrapor ao do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizado na Avenida Paulista no último dia 25.

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Segundo os organizadores, os quatro temas principais das manifestações serão defesa da democracia; sem anistia para os golpistas, em referência aos envolvidos nos ataques às sedes dos Três em 8 de março de 2023 e no plano de golpe de Estado contra o governo eleito em 2022 investigado pela Polícia Federal (PF); marco dos 60 anos do golpe civil-militar de 1964; e fim do "genocídio" na Palestina, como se referem à ação de Israel na região durante a guerra contra o grupo radical Hamas.

Inicialmente, chamadas para os atos nas redes diziam que eles seriam para exigir a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas o mote gerou várias críticas, inclusive dentro da própria esquerda, e acabou descartado. Um dos que se manifestaram foi o youtuber, empresário e influenciador digital Felipe Neto, que votou em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022 e é opositor do ex-presidente.

"Essa convocação de manifestações pedindo a prisão de Bolsonaro é uma estupidez. O caso é da polícia e do sistema judiciário, tem nada a ver com manifestação. Qual o próximo passo? Fazer um bonecão inflável do Bolsonaro com roupa de presídio? Pelo amor de Deus apaguem isso", escreveu no X (antigo Twitter). Um boneco inflável de Lula com roupa de presidiário foi levado a manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT) em 2015 e 2016.

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Em outra publicação, Felipe Neto, que tem 16,8 milhões de seguidores no X, afirmou que "não se deve fazer manifestação pedindo prisão de ninguém". De acordo com ele, é preciso "respeitar o devido processo legal". "Por acaso o juiz vai agir mais rápido pq tem gente na rua com cartaz?".

O influenciador ainda ressaltou que os atos com o mote da prisão de Bolsonaro seriviriam para a extrema-direita "fazer montagens mostrando a Paulista lotada e essa manifestação esvaziada, impulsionando as teorias conspiratórias imbecis de fraude nas urnas e de q eles são maioria".

Organização

O Partido Socialismo e Liberdade (Psol), um dos organizadores dos atos do próximo dia 23, apagou as publicações em que dizia que seriam para exigir a prisão de Bolsonaro e fez outras em que ressalta que será um "Dia Nacional de Mobilização em Defesa da Democracia".

As manifestações estão sendo organizadas ainda pela Frente Brasil Popular, Frente Povo sem Medo, PT, PCdoB, Rede Sustentabilidade, PSB, PDT, o Grupo Prerrogativas e a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD). PT, Rede, PSB, PDT, o Prerrô e a ABJD são signatários de um manifestro lançado na semana passada, na Câmara dos Deputados, em defesa do Estado Democrático de Direito.

A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), participou da convocação pelas redes.

Os mapas de locais exatos dos atos estão sendo montados, mas deverão ocorrer em grande parte das capitais. Eles contarão com a divulgação de uma manifesto nacional conjunto da Frente Brasil Popular e Frente Povo sem Medo.

Ato de Bolsonaro

O ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para a tarde de domingo (25), na Avenida Paulista, reuniu milhares de pessoas. A Secretaria de Segurança de São Paulo (SSP-SP), do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), que discursou no evento, informou que a manifestação reuniu cerca de 600 mil.

Já o Monitor do Debate Político no Meio Digital, projeto da Universidade de São Paulo (USP), estimou 185 mil pessoas no pico do ato, por volta das 15h.

Na manifestação, Bolsonaro afirmou que um golpe de Estado se faz com "tanque na rua, arma e conspiração" e não com a "Constituição". O argumento, que citou a "minuta do golpe", fez parte do discurso do ex-presidente para se defender de acusações de que planejou um golpe de Estado quando ainda estava no poder e tinha sido derrotado por Lula nas urnas.

O ex-presidente também pediu empenho do Congresso Nacional para formulação de uma lei para anistiar os presos nos atos golpistas de 8 de janeiro. "Um projeto de anistia para que seja feita justiça no Brasil, e quem depredou o patrimônio que pague, mas essas penas fogem a razoabilidade", disse.

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