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Em ato na Avenida Paulista, Bolsonaro se defende de acusações e relativiza 'minuta do golpe'

"Golpe de Estado é tanque na rua, arma e conspiração", diz ex-presidente. Inelegível, afirma que só se tira político de eleição com "motivo justo"

Em ato na Avenida Paulista, Bolsonaro se defende de acusações e relativiza 'minuta do golpe'
O ex-presidente Jair Bolsonaro em ato na Avenida Paulista neste domingo (25/2). Foto: Taba Benedicto/Estadão Conteúdo
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou neste domingo (25) que um golpe de Estado se faz com "tanque na rua, arma e conspiração" e não com a "Constituição". O argumento, que citou a "minuta do golpe", fez parte do discurso do ex-presidente para se defender de acusações de que planejou um golpe de Estado quando ainda estava no poder e tinha sido derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas, em 2022.

+ Tarcísio, Michelle e Malafaia: o que disseram em discurso os aliados de Bolsonaro

A "minuta do golpe" foi um documento encontrado pela Polícia Federal na casa do ex-ministro Anderson Torres e na sede do PL e que é visto pela Polícia Federal como uma evidência do planejamento de um golpe por bolsonaristas.

Em um discurso sem ataques diretos a instituições, Bolsonaro disse: “Golpe é tanque na rua, é arma, é conspiração. Nada disso foi feito no Brasil. Por que continuam me acusando de golpe? Porque tem uma minuta de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Deixo claro que estado de sítio começa com presidente convocando conselho da República. Isso foi feito? Não.

'Fotografia para o mundo'

O ex-presidente começou o discurso no ato na Avenida Paulista, em São Paulo, dizendo que “o povo brasileiro não merece viver o que está vivendo neste momento, onde poucos causam muitos males”.

O ex-presidente fez um retrospecto da atuação dele na política, agradeceu aos que compareceram no evento e disse que a manifestação contribui para uma “fotografia para o mundo inteiro”.

Bolsonaro também falou sobre uma suposta "perseguição" política que sofreu durante o tempo em que foi presidente da República. Inelegível, o ex-presidente disse que "não se pode para tirar alguém da eleição sem motivos justos".

Bolsonaro também pediu empenho do Congresso Nacional para formulação de uma lei para anistiar os presos nos atos golpistas de 8 de janeiro. “Um projeto de anistia para que seja feita justiça no Brasil, e quem depredou o patrimônio que pague, mas essas penas fogem a razoabilidade”, disse.

O ex-presidente mencionou a derrota eleitoral de 2022 dizendo que deve ser considerada “página virada”, mas defendeu que em outubro deste ano, os eleitores devem “caprichar” na escolha de prefeitos e vereadores, para se prepararem para 2026, quando há eleições presidenciais.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que é apoiado por Bolsonaro, esteve no ato na Paulista. O principal adversário de Nunes nas urnas será o deputado federal Guilherme Boulos (Psol), candidato de Lula na cidade.

Governo Tarcísio diz que 600 mil pessoas foram à Paulista

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), do governo Tarcísio, divulgou nota à noite informando que aproximadamente 600 mil pessoas foram à Avenida Paulista para o ato de apoio a Bolsonaro.

"A manifestação ocorreu de forma pacífica, sem o registro de incidentes", informou a SSP.

O ex-presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em ato na Avenida Paulista neste domingo (25/2). Foto: André Ribeiro/The News2/Estadão Conteúdo
O ex-presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em ato na Avenida Paulista neste domingo (25/2). Foto: André Ribeiro/The News2/Estadão Conteúdo

Mulher cai de árvore durante ato bolsonarista

Uma idosa que participava da manifestação pró-Bolsonaro na Avenida Paulista caiu de uma árvore e teve o pulmão perfurado na tarde deste domingo (25).

A vítima recebeu os primeiros socorros no local e foi encaminhada para a Unidade de Pronto Atendimento Vergueiro. O estado de saúde ainda não foi divulgado.

Entenda a operação Tempus Veritatis, que mira Bolsonaro

A operação Tempus Veritatis foi deflagrada em 8 de fevereiro pela Polícia Federal. Ela apura a existência de uma organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados dele.

Além de Bolsonaro, são investigados na operação o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e militares de alta patente do núcleo duro bolsonarista.

Na lista de alvos estão os ex-ministros general Walter Souza Braga Netto (Casa Civil e Defesa), Paulo Sérgio Nogueira (Defesa e ex-comandante do Exército), general Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional - GSI) e Anderson Torres (Justiça e Segurança Pública).

As investigações têm como base a delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid.

Em setembro de 2023, o tenente-coronel do Exército recebeu liberdade provisória, com o uso de tornozeleira eletrônica, após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes homologar seu acordo de delação premiada com a Polícia Federal.

Braço direito do ex-presidente, Cid está envolvido em uma série de irregularidades apuradas pela PF. O ex-ajudante de ordens é investigado por envolvimento no suposto esquema de venda ilegal de joias recebidas por Bolsonaro do governo da Arábia Saudita.

O nome de Cid também aparece nas investigações como parte da organização dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Ele ainda é apontado como um dos responsáveis pela inserção de dados falsos sobre vacinação contra a covid-19 no sistema do Ministério da Saúde.

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