Clima quente no Congresso: Alcolumbre marca sessão remota do Senado e Motta ameaça "suspensão" de deputados
Medidas foram tomadas para garantir o funcionamento das Casas diante das ações de obstrução dos parlamentares da oposição

Jessica Cardoso
Em meio ao protesto de parlamentares da oposição, que ocupam os plenários da Câmara e do Senado desde terça-feira (5), o presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos), convocou uma sessão extraordinária para esta quarta-feira (6), às 20h30, e advertiu que tentativas de obstrução poderão levar à suspensão cautelar do exercício do mandato parlamentar.
A medida foi comunicada por meio de nota da Secretaria-Geral da Mesa da Câmara. O texto menciona o artigo 15, inciso XXX, do Regimento Interno da Casa, que prevê a possibilidade de suspensão cautelar de deputados que enfrentem representação por quebra de decoro parlamentar. O dispositivo foi incluído por resolução aprovada em 2024.
No Senado, o presidente Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) anunciou que a sessão deliberativa de quinta-feira (7) será realizada remotamente. Em nota, afirmou que a decisão visa preservar o funcionamento da Casa diante das tentativas de paralisação.
“Não aceitarei intimidações nem tentativas de constrangimento à Presidência do Senado. O Parlamento não será refém de ações que visem desestabilizar seu funcionamento”, declarou.
Alcolumbre também afirmou que o Senado seguirá analisando projetos de impacto direto na vida da população.
“Seguiremos votando matérias de interesse da população, como o projeto que assegura a isenção do Imposto de Renda para milhões de brasileiros que recebem até dois salários mínimos. A democracia se faz com diálogo, mas também com responsabilidade e firmeza”, disse.
A ocupação do Congresso foi liderada por parlamentares da oposição, majoritariamente do PL, que prometem manter a obstrução das sessões até que sejam pautadas matérias de interesse do grupo, ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Entre os temas cobrados estão propostas que tratam da anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro, o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e o fim do foro privilegiado