Oposição continua obstrução na Câmara e no Senado após prisão domiciliar de Bolsonaro
Parlamentares ocuparam as casas defendendo a votação de temas como anistia, impeachment e fim do foro privilegiado

Gabriela Vieira
Deputados e senadores da oposição, em sua maioria do Partido Liberal (PL), ocuparam o plenário da Câmara e do Senado com a intenção de parar com a sessão desta terça-feira (5). O retorno das atividades legislativas começavam hoje.
Os parlamentares disseram que vão "obstruir" as sessões até que Hugo Motta (Republicanos), presidente da Câmara, e Davi Alcolumbre (União Brasil-AL) votem temas relevantes ao Bolsonarismo.
As pautas de interesse dos opositores são anistia, impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e fim do foro privilegiado.
Nas imagens em que aparecem os senadores e deputados, é possível ver que eles usam esparadrapo na boca, em protesto pela prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo os parlamentares, a manifestação é "contra a censura".
Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara, disse que os parlamentares só vão sair do plenário quando "os presidentes das casas buscarem uma solução para pacificar o país".
Enquanto Flávio Bolsonaro (PL), que também esteve presente entre os opositores, afirma que aprovar a anistia é um gesto importante "para que a Casa Branca possa rever as sanções".
A oposição ocupa o plenário desde cedo. No X, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), disse que "se Hugo Motta sair do país, o primeiro vice-presidente, Altineu Cortês, irá pautar a anistia ampla geral e irrestrita".
Até o momento nem Hugo Motta, que está em viagem para a Paraíba em companhia do ministro Alexandre Padilha, nem Davi Alcolumbre se manifestaram.
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Governistas
Ainda durante a tarde, os governistas reagiram a obstrução dos opositores. Na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara, disse que o ato é "inaceitável".
"Ninguém pode parar pela força da atividade parlamentar, os trabalhos legislativos, é uma continuidade desse processo de golpe, isso aqui é mais um ataque as instituições, teve o 8 de Janeiro e parece que eles continuam com a mesma linha", afirma Lindbergh.
Prisão domiciliar
O ministro Alexandre de Moraes instituiu a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na segunda-feira (4). Segundo Moraes, Bolsonaro descumpriu medidas cautelares impostas pelo STF, ao participar, mesmo que de forma remota, de atos promovidos por apoiadores no último domingo (3).
Nesta terça-feira (5), Sóstenes pediu autotização ao ministro para visitar o ex-presidente Jair Bolsonaro, que está em prisão domiciliar. No texto, o parlamentar disse que o pedido foi em caráter “estritamente institucional humanitário”.