Plenário fechado e fila no café: o outro lado do dia parado na Câmara após oposição paralisar trabalhos
Parlamentares aliados de Bolsonaro bloquearam atividades no Congresso em protesto contra prisão domiciliar do ex-presidente Bolsonaro

Gabriela Tunes
Enquanto parlamentares da oposição seguem em obstrução e travam os trabalhos do Congresso Nacional em protesto contra a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL), o clima na Câmara dos Deputados é de suspensão total das atividades.
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Na manhã desta quarta-feira (6), o Congresso amanheceu em clima de plantão. Dois dias após o fim oficial do recesso parlamentar, os plenários estavam fechados para a imprensa e para servidores. Só entra deputado. A expectativa, no entanto, é que a Casa instale um telão do lado de fora, permitindo que a população acompanhe, ao menos pelas imagens, o que acontece lá dentro.

Desde terça (5), as sessões estão suspensas. Parlamentares aliados de Bolsonaro decidiram por uma obstrução total, instrumento utilizado por congressistas para atrasar ou impedir votações. Desde o começo da tarde de ontem, tanto na Câmara quanto no Senado, eles se revezam na ocupação das mesas dos plenários. E passaram a madrugada assim.
Do lado de fora do plenário da Câmara, o silêncio. O Salão Verde, normalmente ponto de encontro efervescente de parlamentares, assessores e jornalistas, amanheceu esvaziado de deputados. Eles estão concentrados, se alternando no plantão da Mesa Diretora, onde mantêm a estratégia sob controle.
Quem aproveitou o burburinho político foi o famoso café do Salão Verde. Com as sessões suspensas e o clima de expectativa, as mesas ficaram lotadas, e a fila pelo pão de queijo, longa.
Servidores, assessores e curiosos ocupam os corredores, à espera de uma possível liberação do acesso ao plenário, nem que seja só para observar de perto a movimentação dos protagonistas do dia.