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Política

Flávio e Eduardo Bolsonaro apontam "ditadura" após prisão domiciliar de Jair Bolsonaro

Ex-primeira-dama Michelle publica mensagem religiosa e aliados criticam decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF

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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) reagiram à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que decretou, nesta segunda-feira (4), a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Flávio afirmou, em entrevista à CNN Brasil, que recebeu a notícia com “muita indignação” e declarou que o Brasil vive “oficialmente uma ditadura”. Também disse achar "difícil" que os Estados Unidos não reajam à decisão. Em decreto, o presidente norte-americano Donald Trump citou decisões judiciais contrárias a Bolsonaro como justificativa para impor tarifas de 50% a grande parte dos produtos e serviços brasileiros.

O deputado Eduardo Bolsonaro, que deixou o Brasil e vive nos EUA, manifestou-se pelas redes sociais em inglês.

"Meu pai, Jair Bolsonaro, foi preso hoje por apoiar, de sua própria casa, o povo brasileiro que foi às ruas para se manifestar contra os abusos do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. E porque eu e meus irmãos postamos fotos dele.

Uma prisão sem crime, sem provas, sem julgamento... Apenas abuso de poder para silenciar o líder da oposição brasileira. O Brasil não é mais uma democracia. O mundo precisa tomar nota."

Em sua decisão, o ministro Alexandre de Moraes citou postagens dos filhos Flávio, Eduardo e Carlos Bolsonaro como formas de descumprir medidas cautelares impostas ao pai.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também publicou uma mensagem após a prisão domiciliar do marido. Como em outras situações, a postagem teve tom religioso. "E os céus anunciarão a sua justiça; pois Deus mesmo é o Juiz", disse.

Outros opositores ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também se manifestaram contra a decisão de Moraes – enquanto governistas viram "responsabilização" do ex-presidente na decisão do ministro.

O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) classificou a decisão de Moraes como "várzea".

O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que “acabou a democracia no Brasil. Não há mais instituições, há tiranos com toga”. Ele também declarou: “Eleição sem Bolsonaro é golpe! O povo não vai se curvar. Impeachment já”.

O perfil do PL no Instagram postou um texto falando que a "justiça não é cega, ela enxerga muito bem quem deve calar, quem deve sumir e quem precisa ser neutralizado. Não é sobre lei, é sobre controle. E nesse jogo sujo, o preço da coragem é a prisão". Em sua decisão, Moraes disse que a "Justiça é cega, mas não é tola".

"Não é coincidência que, no Brasil, os que mais enfrentam o sistema sejam justamente os mais perseguidos por ele. A justiça, que deveria proteger o cidadão comum, hoje serve a interesses políticos. Enquanto corruptos notórios são tratados com tapete vermelho, quem ousa falar a verdade vira alto", acrescentam.

O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, também se pronunciou por nota, afirmando estar "inconformado" com a decisão. "Não tenho mais o que dizer", declarou.

Na decisão, Moraes afirmou que Bolsonaro descumpriu medidas cautelares ao participar, ainda que de forma indireta, de manifestações no último domingo (3).

Durante o ato, Bolsonaro foi colocado no viva-voz por Flávio e o conteúdo foi amplamente divulgado em redes sociais administradas por seus filhos e aliados.

Para o ministro, a conduta demonstra desrespeito deliberado às determinações do STF e integra uma atuação coordenada para instigar ataques à Corte e defender intervenção estrangeira no Judiciário brasileiro. A prisão domiciliar, segundo o ministro, visa a conter a reiterada afronta às instituições.

Além de permanecer recluso em sua residência, Bolsonaro está proibido de receber visitas, com exceção de advogados ou pessoas previamente autorizadas pelo STF.

Também não poderá utilizar celulares, redes sociais ou qualquer meio de gravação e divulgação de imagens. Moraes alertou que qualquer violação às regras impostas poderá levar à revogação da prisão domiciliar e à decretação imediata da prisão preventiva.

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