Lula nega má relação com Congresso e diz que "não existe previsão" de reforma ministerial
Presidente da República convocou jornalistas para um café da manhã no Palácio do Planalto

Raphael Felice
Em café com jornalistas nesta terça-feira (23), no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que não há previsão de realizar reforma ministerial no governo e também negou má relação ou crise com o Congresso Nacional. Como de costume, o chefe do Executivo fez uma comparação com futebol, apontando que, no seu time, os jogadores (ministros) são escalados da forma como o treinador (Lula) quer.
"Um técnico não avisa com qual time ele vai jogar antes, não avisa antes se ele vai trocar alguém [...] o time entra para jogar do jeito que eu acho que tem que jogar e não existe nenhuma previsão de reforma ministerial. A única coisa que está na minha cabeça é que esse país precisa dar certo", disse,
O presidente da República também negou que exista uma relação conturbada entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional. Lula lembrou da aprovação da proposta de emenda à Constituição (PEC) da transição, aprovada no final de 2022 antes mesmo da posse, que liberou recursos para o governo fazer o Orçamento de 2023.
"Não acho que tenhamos problemas no Congresso. Se a gente for ver, temos 513 deputados e o meu partido só tem 70. Temos 81 senadores, meu partido só tem 9. Se somarmos nossos aliados ideológicos vai para 12 ou 13 e não chegamos sequer a 140 deputados. Então você percebe o milagre que aconteceu nesse país, como explica aprovar uma PEC da transição antes de assumir a presidência da República", disse.
Segundo Lula, ele começou a governar o Brasil, na prática, antes mesmo de tomar posse por conta da PEC da transição, o que ele considera uma "anomalia". Ele também criticou Jair Bolsonaro (PL), mas sem citar o nome do ex-presidente. O chefe do poder Executivo citou outras aprovações, como a reforma tributária, mesmo sem o governo possuir maioria no Congresso Nacional.
"Vocês se deram conta da anomalia, que eu comecei a governar antes de tomar posse? Que tivemos que negociar PEC da transição, que foi o que permitiu que tivéssemos governo para governar em 2023. Isso era pra ter sido previsto no orçamento do cidadão [Bolsonaro], mas fomos nós que fizemos. Um presidente com apenas 70 deputados [...] como é que a gente conseguiu aprovar a reforma tributária? Se deram conta que nunca tinham aprovado reforma tributária em regime democrático?", disse.









