Política

Lula foi comunicado por telefone pelo diretor-geral da PF sobre a prisão de Bolsonaro antes de discursar no G20

Fontes ouvidas pelo SBT informaram que a ordem no Planalto é não emitir gestos que possam sugerir interferência no processo judicial

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Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, participa de reunião da Cúpula de Líderes do G20 | Foto: Ricardo Stuckert/PR
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu a notícia da prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro nas primeiras horas da manhã deste sábado (22), enquanto participava da Cúpula do G20, em Joanesburgo, na África do Sul. A informação foi confirmada por integrantes da comitiva brasileira. Segundo assessores, Lula foi comunicado por telefone pelo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, por volta das 6h30, no horário de Brasília.

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Mesmo após ser notificado, o presidente seguiu normalmente a programação prevista na cúpula. Minutos depois da ligação, Lula já estava no pavilhão que abriga as reuniões multilaterais do G20. No discurso de abertura, não fez menção à prisão do ex-presidente nem falou sobre política no Brasil. A orientação no Planalto, segundo fontes ouvidas, é evitar qualquer sinal de interferência no processo judicial.

Aliados afirmam que o episódio não deve prejudicar as negociações sobre o chamado “tarifaço”, tema que avançou ao longo da semana e segue como uma das prioridades diplomáticas do governo brasileiro no encontro.

GOVERNISTAS COMEMORAM

Os parlamentares governistas comemoraram a decisão. Nas redes sociais, Rogério Carvalho, líder do PT no Senado, afirmou que a prisão preventiva evidencia que nenhum cidadão está acima da lei, especialmente quando se ameaça a integridade das instituições democráticas.

O deputado Pedro Campos, líder do PSB, afirmou que "a prisão preventiva de Bolsonaro é consequência direta de atos cometidos por ele e familiares". Disse ainda que "é fundamental que a Justiça continue agindo com independência e rigor."

Para o primeiro vice-líder do governo na Câmara, deputado Alencar Santana, a democracia se fortalece com a decisão do ministro.

“Foi algo tramado, assim como o golpe foi tramado (...) A oposição chora diante de uma decisão corretíssima do ponto de vista da lei, do ponto de vista da Constituição.”

A deputada federal Fernanda Melchionna, do PSOL, também apoiou a decisão.

"É um passo no caminho de que a justiça seja feita nos casos dos crimes contra as liberdades democráticas," destacou.

OPOSIÇÃO CRITICA

Entre os parlamentares aliados de Jair Bolsonaro, o tom foi de crítica à decisão do ministro Alexandre de Moraes. O deputado Zucco, líder da oposição na Câmara, afirmou que a prisão é injusta e representa uma perseguição política.

“Se teve alguma falha no sistema da tornozeleira, não foi com nenhum intuito. (...) Há, de forma permanente, uma equipe da Polícia Federal na residência. Não havia nenhum tipo de necessidade dessa ação, bem como achar que chamar uma vigília é algo perigoso,” afirmou Zucco.

Pelas redes sociais, o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho, afirmou que a prisão de Bolsonaro "ultrapassa limites constitucionais e ameaça licenças essenciais do Estado Democrático de Direito."

Ao tentar visitar Bolsonaro na Superintendência Regional da Polícia Federal, a deputada Bia Kicis, do PL do Distrito Federal, disse que a oposição vai pressionar pelo avanço do projeto de lei da anistia no Congresso Nacional.

“A gente vem pressionando, a gente nunca desistiu do PL da Anistia. A gente sabe que é necessário. Tem que avançar,” destacou a deputada.

O ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) criticou a decisão. Nas redes sociais, Lira afirmou que a prisão preventiva "não se justifica", "criminaliza a política" e "reabre feridas da polarização."

O partido de Jair Bolsonaro (PL) chamou os parlamentares mais próximos para antecipar a volta a Brasília e articular uma resposta política à prisão do ex-presidente. Enquanto isso, os presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AL), passaram o sábado (22) em silêncio, acompanhando a movimentação, mas sem se manifestar.

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