Lula está "acordado e conversando" após novo procedimento no cérebro, diz médico
Médicos bloquearam o fluxo sanguíneo entre artérias para prevenir novo sangramento; presidente segue na UTI
Emanuelle Menezes
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está "acordado e conversando" após ser submetido a um novo procedimento médico no cérebro, na manhã desta quinta-feira (12). A informação foi dada por Roberto Kalil Filho, médico pessoal do petista, em frente ao Hospital Sírio-Libanês de São Paulo.
Lula passou por uma embolização de artéria meníngea média, cujo objetivo é bloquear o fluxo sanguíneo entre artérias no cérebro para prevenir um novo sangramento – como o que levou o presidente a ser operado na terça-feira (10).
De acordo com Kalil, o procedimento – que começou por volta das 7h10 e durou menos de uma hora – foi um sucesso. Em uma entrevista para a imprensa, marcada para as 10h, os médicos que acompanham o presidente devem dar mais detalhes sobre a embolização.
"O procedimento foi com sucesso, acabou. O presidente está acordado e falando", afirmou Kalil por volta das 8h30.
O médico acrescentou que o procedimento não deve retardar a alta de Lula, prevista para o início da próxima semana. O presidente segue na UTI, sem previsão de quando será transferido para o quarto.
Primeira cirurgia
Lula deu entrada no Hospital Sírio-Libanês de Brasília na segunda-feira (9), alegando mal-estar e dores de cabeça. No local, ele passou por uma ressonância magnética, que detectou uma hemorragia intracraniana de um hematoma decorrente do acidente domiciliar ocorrido em outubro – em que precisou levar cinco pontos na cabeça.
O presidente, então, foi transferido para a unidade do hospital em São Paulo, onde passou pelo procedimento cirúrgico – conhecido como trepanação. No caso de Lula, as perfurações no crânio foram feitas em duas lâminas da meninge, seguidas da colocação de um dreno, por onde sai o sangue acumulado após a hemorragia.
A embolização, realizada nesta quinta, já era prevista desde a primeira intervenção cirúrgica, segundo Kalil. De acordo com o médico pessoal de Lula, o procedimento é um desdobramento rotineiro para casos como o do petista.
"Já estava sendo discutido, como complemento à cirurgia inicial, essa embolização, porque quando você drena o hematoma, existe uma possibilidade de, no futuro, as pequenas artérias causarem um sangramento. Este novo procedimento é para minimizar o risco disso acontecer. E [o procedimento] é de baixo risco", disse.
Queda no banheiro
Lula cortava as unhas, sentado em um banco, quando escorregou e bateu a cabeça, no banheiro do Palácio da Alvorada, em Brasília, no dia 19 de outubro. Ele precisou levar cinco pontos na região occipital – localizada na parte de trás da cabeça – e teve um sangramento no cérebro.
O presidente foi orientado a evitar viagens aéreas de longa distância e só foi liberado após três semanas.