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Política

Lula diz que vai telefonar para Trump e fazer convite para a COP30: "Não vou ligar para comercializar"

O presidente falou em evento do Conselhão que "tem gente que acha que a gente é vira-lata" ao comentar tarifaço do governo dos EUA

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Presidente Lula (PT) faz discurso em reunião do Conselhão | Divulgação/Cadu Gomes/VPR
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça-feira (5) que vai ligar para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e convidá-lo para a COP30. A conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre mudanças climáticas deve ser realizada em novembro, em Belém.

"Eu não vou ligar para o Trump para comercializar, não, porque ele não quer falar. Mas eu vou ligar para o Trump para convidá-lo para a COP", afirmou Lula durante evento do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social e Sustentável (Cdess), o chamado Conselhão. O mandatário brasileiro completou que quer saber a opinião de Trump sobre questões climáticas e meio ambiente.

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Lula também discursou sobre tarifaço de 50% imposto pelos EUA a exportações nacionais de diversos setores, reforçando que "não seremos dependente de ninguém nem tomaremos parte em outra guerra fria". O presidente deixou claro que "tem gente que acha que a gente é vira-lata, mas ninguém pode dizer que tem governo que goste mais de negociar que nós".

O chefe do Executivo disse que o país norte-americano não tinha o direito de anunciar as taxações, como fez mirando o Brasil. E defendeu que sempre esteve aberto a negociações com Trump.

Lula completou que "se a gente der palpite sobre as coisas que acontece em outros países, estamos ferindo a soberania". O mandatário declarou que não tem como o mundo dar certo "se a gente perder o mínimo de senso de responsabilidade do respeito a soberania, a integridade territorial, a Suprema Corte, o Judiciário".

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Em reação às sobretaxas, Lula falou que o país precisa continuar aplicando no multilateralismo. "O Brasil não pode ficar dependendo só de um país. Estamos cansados de ser um país de terceiro mundo, em via de desenvolvimento", acrescentou.

O presidente evitou comentar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), decretada ontem pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). "Não quero falar o que aconteceu ontem com o outro cidadão, que tentou dar um golpe", declarou.

No entanto, disse que aqueles que estão trabalhando nos Estados Unidos favorecendo o tarifaço são "traidores da pátria". O presidente se referiu ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que mora no país norte-americano há alguns meses e tem trabalhado por sanções dos EUA contra Moraes.

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Durante a reunião do Conselhão, Lula também voltou a opinar que "nossa democracia está sendo questionada, nossa soberania atacada". "Tem muita gente que fala de democracia achando que é apenas o direito de votar, mas a democracia é também o direito de você corrigir o erro que você comeu na votação, é você fiscalizar saber o que faz um deputado, um senador", prosseguiu.

Lula ainda voltou a falar sobre o Plano de Contingência, citado ontem pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e avisou que vai "recorrer a todas as medidas cabíveis, incluindo na Organização Mundial do Comércio", a OMC.

Conselhão

O Conselhão é formado por empresários, artistas influenciadores digitais, médicos, líderes indígenas, professores e integrantes de outros grupos sociais.

Criado no primeiro mandato do petista, o Conselhão foi interrompido de 2019 a 2022, no governo Bolsonaro. Por isso, Lula disse, durante o evento, que o país perdeu muito "quando vocês deixaram de funcionar".

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