Brasil pode fazer acordos de cooperação com Estados Unidos em relação a "terras raras", diz Haddad
Ministro da Fazenda afirma que "EUA precisam entender que Brasil quer parceria, mas não na condição de Colônia" e que até dia 6 "alguma coisa pode acontecer"

SBT News
com informações da Reuters
Gabriela Vieira
O Brasil tem minerais críticos e terras raras e pode fazer acordos de cooperação com os Estados Unidos, como para a produção de baterias mais eficientes, afirmou nesta segunda-feira (04) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao mencionar o que pode ser levado à mesa na negociação tarifária.
Em entrevista à BandNews, Haddad afirmou que o Brasil deseja ampliar parcerias com os EUA, mas não na condição de satélite ou de colônia do país norte-americano.
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Na ocasião, o ministro disse que espera encontrar ainda esta semana com o secretário de Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, para discutir o tarifaço imposto por Donald Trump ao Brasil. Ele ainda espera que "alguma coisa ainda possa acontecer até dia 6".
"O principal motivo do nosso encontro é separar as coisas, a nossa soberania não está em discussão, a nossa democracia não está em discussão. E é saudável que os EUA se interesse mais pelo Brasil", afirma.
Ainda, para que essa negociação aconteça entre Brasil e Estados Unidos, temos que "despolitizar o debate comercial, o comercio internacional não pode ser usado para interesses eleitorais de um país que quer ver o nosso país governado por forças que queiram entregar as riquezas nacionais, incluindo as terras raras, minerais críticos, a questão da regulação das big techs e do Pix”.
Durante o discurso, o ministro defendeu a democracia e a soberania. "Nós somos um país soberano, democrático, nós temos poderes independentes uns dos outros, nós temos regras constitucionais", acrescenta.
Na semana passada, Trump assinou o decreto que impõe o tarifaço sobre os produtos exportados brasileiros. No entanto, o ministro diz que não houve uma negociação entre Brasil e Estados Unidos, apesar das tentativas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As tarifas de 50% vão ser aplicadas na próxima quarta-feira (6).
"Nós nunca saímos da mesa de negociação com os EUA e nem o faremos até que haja um acordo no horizonte. Um acordo pressupõe vontade comum. Uma coisa imposta de fora para dentro, não é um acordo", afirmou.