Líder do PL muda de ideia e aciona Câmara por suposta agressão de deputada do PT a Nikolas
Sóstenes Cavalcante chegou a dizer que não entraria com representação contra Camila Jara por todos estarem no "calor da emoção" durante obstrução

Gabriela Vieira
O líder do Partido Liberal (PL) na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante, entrou com uma representação na corregedoria da Casa contra a deputada Camila Jara (PT-MS), que teria agredido o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) durante um tumulto em torno da mesa diretora da casa, na noite de quarta-feira (6), .
No dia da confusão, Sóstenes disse que não entraria com uma representação contra a deputada. Na ocasião, ele pediu perdão ao presidente da Câmara, Hugo Motta, e falou que muitos colegas estavam no "calor da emoção".
"Acho que muitos colegas aqui, no calor da emoção, seja da esquerda, porque eu vi uma colega da esquerda agredindo o deputado Nikolas. Ela não foi feliz. Nós não estávamos emocionalmente estruturados para aquilo.Se depender do PL, nós não vamos representar contra a deputada da esquerda. Sabe por quê? Porque ela emocionalmente estava como todos nós", afirmou na ocasião.
A mudança de ideia foi divulgada nesta sexta-feira (8), em perfil no X do deputado Sóstenes. Na rede social ele argumenta que "a agressão covarde contra o deputado Nikolas Ferreira não ficará impune".
"Violência não é argumento. Imunidade parlamentar não é salvo-conduto pra agressão", acrescenta.
Entenda o caso
O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) caiu após um empurra-empurra, durante desobstrução da Câmara dos Deputados no plenário da Casa na última quarta-feira (6). Na ocasião, Nikolas disse que recebeu um soco da deputada Camila Jara (PT-MS).
A deputada disse que estava sendo injustamente acusada. "Não houve soco ou qualquer outro ato de violência deliberada, como alardeado nas redes sociais por publicações direcionadas", esclareceu.
A assessoria da deputada afirmou que Camila acabou esbarrando no deputado, enquanto o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), se levantava da cadeira.
Na representação, o líder do PL afirma que "o golpe não foi fraco, uma vez que o deputado Federal Nikolas Ferreira caiu ao chão pela intensidade da dor, sendo acudido imediatamente por três policiais legislativos".
A representação teve coautoria do Partido Novo, liderado na Câmara pelo deputado Marcelo Van Hattem (RS). Agora, a Mesa Diretora irá analisar a ação.
Obstrução no Congresso
Os parlamentares da oposição anunciaram na quinta-feira (7) o fim do protesto no Senado Federal. Após dois dias de obstrução no Congresso Nacional, os opositores conseguiram protocolar formalmente o pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
Em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que foi preso em domicílio após decisão de Moraes, os parlamentares exigiam a votação de temas como a anistia dos condenados pelo 8 de Janeiro, fim do foro privilegiado e o impeachment.
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