Lei Magnitsky: Eduardo Bolsonaro diz que "abusos de autoridade agora têm consequências globais"
Deputado declarou em suas redes sociais que quer "justiça, não vingança"; Punição foi aplicada a Moraes nesta quarta-feira (30)

Gabriela Vieira
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse nesta quarta-feira (30) que aplicação da Lei Magnitsky é "um alerta" e abuso de autoridade têm "consequências globais". A declaração foi feita no X (antigo Twitter), após os Estados Unidos aprovarem a medida contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
+ Tarifaço de Trump: "Quero ser tratado com respeito", diz Lula em entrevista ao New York Times
"Não confundam estratégia com fraqueza. Comparar o que estamos fazendo com a “carta do Temer” é um erro infantil. Fiquem calmos: sei que Alexandre de Moraes não tem compaixão nem misericórdia - e é justamente por isso que ele vai cair. Se outras autoridades quiserem cair junto, é escolha delas. Isso não vai nos parar", acrescentou Eduardo.
Os Estados Unidos impuseram sanções a Moraes nesta quarta-feira (30), de acordo com publicação no site do Departamento do Tesouro dos EUA. Em relação às sanções, estão envolvidas o bloqueio de todos os bens e interesses em bens que estejam nos Estados Unidos.
Quanto ao envolvimento de Eduardo Bolsonaro na aplicação da lei, o deputado vinha conversando com o governo do presidente norte-americano Donald Trump desde que se mudou para os Estados Unidos.
Além disso, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vem sendo investigado por envolvimento na trama golpista de 8 de Janeiro. Por determinação de Moraes, tem usado tornozeleira eletrônica desde o dia 18 de julho. O ministro também aplicou medidas cautelares no ex-presidente.
+ EUA usam Lei Magnitsky para aplicar sanções a Alexandre de Moraes
No entanto, Eduardo Bolsonaro afirma que quer justiça, não vingança, "não trata de política, mas de dignidade". "Chegou a hora do Congresso agir. A anistia ampla, geral e irrestrita é urgente para restaurar a paz, devolver a liberdade aos perseguidores e mostrar que o Brasil ainda acredita na democracia", acrescenta.
Além da lei, o governo do presidente Donald Trump também vai aplicar uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros. O tarifaço vai começar em 1º de agosto.
Na publicação do X, Eduardo Bolsonaro reage a tarifa dizendo que "é só um sintoma do que se tornou o país: isolado e em conflito com seus próprios cidadãos. Precisamos reconstruir pontes, não muros".
+ Trump diz que prazo de 1º de agosto para tarifas não será prorrogado
Eduardo também pede por liberdade e afirma que não teve outra saída. "Aprendemos com o erro do adversário: nunca encurrale seu inimigo, se não sua única alternativa será lutar por sua vida".
Em nota, o filho do ex-presidente afirmou ainda que espera que as autoridades brasileiras "compreendam a gravidade do momento e pensem bem nos seus próximos passos".
"A insistência na repressão política levará a um isolamento crescente, com efeitos duradouros sobre a economia e as relações internacionais do Brasil", completou.
Lei Magnitsky
A Lei Global Magnitsky foi criada em 2012, durante o governo de Barack Obama, com o objetivo inicial de punir autoridades russas envolvidas na morte do advogado Sergei Magnitsky. Ele foi morto em uma prisão de Moscou em 2012.
Líderança do PL
O líder do Partido Liberal (PL) na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL), se manifestou nesta quarta-feira (30) no X sobre a aplicação da Lei Magnitsky.
Segundo o líder do partido na casa, quando o mundo reage ao que o Brasil tolerou "é porque a democracia aqui já foi longe demais na direção errada".
O deputado diz também que Moraes "rasgou a Constituição, pisou no devido processo legal, calou brasileiros, censurou jornalistas, prendeu sem crime".
"O Senado foi omisso. Fingiu que não viu.Mas ele não parou. Atacou também direitos humanos de cidadãos americanos, feriu a liberdade de expressão além das nossas fronteiras. E o que o Senado brasileiro não teve coragem de fazer os EUA fizeram com força", acrescenta.