Itamaraty diz acompanhar com "expectativa e preocupação" o processo eleitoral na Venezuela
Partido de oposição denunciou que Nicolás Maduro impediu o acesso da coligação ao sistema de inscrição de candidaturas
O Itamaraty afirmou, nesta terça-feira (26), que o governo brasileiro acompanha com "expectativa e preocupação" o desenrolar do processo eleitoral na Venezuela.
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O prazo de registro de candidaturas para as eleições presidenciais do país, anunciadas para 28 de julho, terminou na noite desta segunda-feira (25), e o principal partido de oposição, Plataforma Unitária, denunciou que o presidente e candidato à reeleição, Nicolás Maduro, impediu o acesso da coligação ao sistema de inscrição de candidaturas. A sigla, então, não conseguiu registrar sua integrante que disputaria a presidência com Maduro, Corina Yoris.
"Com base nas informações disponíveis, [o governo brasileiro] observa que a candidata indicada pela Plataforma Unitária, força política de oposição, e sobre a qual não pairavam decisões judiciais, foi impedida de registrar-se, o que não é compatível com os acordos de Barbados", pontua o Itamaraty em comunicado divulgado nesta terça.
A pasta ressalta que o impedimento não foi, até o momento, "objeto de qualquer explicação oficial". Ainda de acordo com o Itamaraty, por outro lado, 11 candidatos ligados a correntes de oposição na Venezuela conseguiram fazer o registro, incluindo o atual governador do estado de Zulia, que também integra a Plataforma Unitária.
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"O Brasil está pronto para, em conjunto com outros membros da comunidade internacional, cooperar para que o pleito anunciado para 28 de julho constitua um passo firme para que a vida política se normalize e a democracia se fortaleça na Venezuela, país vizinho e amigo do Brasil", acrescenta o comunidado do Ministério das Relações Exteriores.
Ao final da nota, a pasta expressa repúdio a "quaisquer tipos de sanção que, além de ilegais, apenas contribuem para isolar a Venezuela e aumentar o sofrimento do seu povo".
Eleições justas e transparentes
Participando de audiência pública no Senado em 14 de março, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, disse que o governo brasileiro estava muito preocupado em apoiar para que ocorram eleições "justas", "transparentes" e "aceitas por todos" na Venezuela.
Para o ministro, o anúncio de que serão feitas eleições no país em 28 de julho "é fundamental e importantíssimo".