Opositora de Maduro é impedida de registrar candidatura para eleição presidencial
A coligação Plataforma Unitária, da candidata Corina Yoris, afirma ter sido impedida de acessar sistema de registro
O principal partido de oposição da Venezuela denunciou nesta segunda-feira (25) que não conseguiu registrar sua candidatura e não estará representado nas eleições presidenciais do país. Segundo a Plataforma Unitária, o atual presidente e candidato à reeleição, Nicolás Maduro, impediu o acesso da coligação ao sistema de inscrição.
"Faltando menos de 10 minutos para o encerramento do período de inscrição, Nicolás Maduro nunca nos permitiu acesso ao sistema de inscrição para podermos registrar a candidatura da Unidad", afirmou a coligação apoiada pelos Estados Unidos no X, antigo Twitter.
O prazo de inscrição iniciou na quinta-feira (21) e acabou às 23h59 de ontem. As candidaturas deveriam ser feitas no site do Conselho Nacional Eleitoral (CNE). A coligação exigiu a prorrogação da inscrição ao órgão, que negou.
"Exigimos que o CNE proceda imediatamente à concessão da prorrogação solicitada devido à flagrante violação dos nossos direitos", afirmou.
O episódio é visto como mais uma manobra de Maduro para impedir a participação de opositores ao seu regime na eleição. O líder, que prometeu garantias eleitorais mínimas em troca do alívio das sanções petrolíferas dos EUA, já havia inabilitado a opositora Marina Corina Machado de exercer cargos políticos por 15 anos, e agora retirou da disputa a filósofa e professora universitária Corina Yoris, nomeada para substituí-la.
“Esgotamos todas as possibilidades”, disse Yoris numa conferência de imprensa na qual detalhou as suas tentativas de registrar, tanto eletronicamente como pessoalmente, a sua candidatura. “Não é apenas o nome de Corina Yoris que está sendo negado, mas o nome de qualquer cidadão que queira concorrer".
Maduro ironizou a situação durante a cerimônia de celebração da sua própria candidatura e chamou seus rivais de "fantoches" das elites tradicionais.