Itamaraty confirma retorno de Thiago Ávila ao Brasil após barco ser interceptado por Israel
Quatro ativistas detidos por Israel já deixaram o país; ambientalista Greta Thunberg estava no barco que tentou levar ajuda humanitária a palestinos em Gaza

Vanessa Vitória
O Ministério das Relações Exteriores (MRE/Itamaraty) informou mais cedo que Thiago Ávila, de 38 anos, estava no aeroporto de Tel Aviv, de onde retornará ao Brasil.
De acordo com o Itamaraty, funcionários da Embaixada estiveram no local para garantir que o brasileiro recebesse tratamento digno e tenha os direitos garantidos.
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Thiago Ávila saiu de Brasília em 22 de maio, com destino à Itália, onde se encontrou com 11 voluntários de outros países, incluindo a ambientalista sueca Greta Thunberg, que fazem parte da Coalizão Flotilha da Liberdade, um movimento de solidariedade popular que tenta acabar com o bloqueio israelense na Faixa de Gaza. O ativista era o único brasileiro que estava no grupo de voluntários.
No dia primeiro de junho, eles seguiram para o destino a bordo do barco Madleen, levando ajuda humanitária.
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Durante o trajeto, Thiago postava vídeos na internet com atualizações sobre a viagem até, que no último domingo, (8), ele parou de se comunicar pelas rede sociais, já que a embarcação foi parada por soldados israelenses.
Por meio de nota, o Ministério das Relações Exteriores pediu a libertação dos ativistas detidos por Israel e a remoção imediata de todas as restrições à entrada de ajuda humanitária em território palestino.
Na tarde dessa segunda (9), a Praça dos Três Poderes, em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília, chegou a ser ocupada por manifestantes pedindo ao governo brasileiro a liberação do ativista.
O SBT News conversou com a esposa de Thiago, Lara de Souza, que informou que a condição para ir embora de Israel ainda na segunda era assinar um documento aceitando a deportação.
"Como se eles tivessem feito algo que justificasse isso. E todos foram interrogados separadamente. Então Thiago e outros sete ativistas não assinaram, afirmando que não cometeram nenhum crime porque ajuda humanitária não é crime e dizendo que só sairiam quando soubessem que todos os demais ativistas também seriam liberados", afirmou.
De acordo com Lara, outros quatro ativistas, dois jornalistas, um médico e Greta Thunberg, já deixaram Israel. Ávila deve passar por uma audiência nesta terça (10) com autoridades Israelenses.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel se referiu ao Madleen como um "iate de celebridades para selfies".
O órgão israelense também criticou o grupo, alegando que eles "tentaram encenar uma provocação midiática com o único propósito de ganhar notoriedade, o que incluiu menos do que um caminhão de ajuda humanitária".
"Existem maneiras de entregar ajuda à Faixa de Gaza; não com selfies no Instagram", afirmou.