Greta Thunberg é deportada por Israel após detenção de barco com ajuda humanitária
Brasileiro Thiago Ávila continua detido. Eles e outros ativistas tentavam furar bloqueio imposto a Gaza e foram interceptados em águas internacionais

SBT News
A ativista ambiental Greta Thunberg foi deportada por Israel nesta terça-feira (10). Ela era um dos 12 passageiros da embarcação Madleen, que tinha como objetivo furar o bloqueio israelense e levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza.
O navio foi interceptado pelo Exército israelense na manhã de segunda-feira (9), a apenas 200 quilômetros da costa do enclave palestino, enquanto ainda navegava em águas internacionais. Uma violação do Direito Internacional, segundo a Coalizão Flotilha da Liberdade, organização responsável pela ação, e outras entidades internacionais.
Israel rejeita essa acusação e alega que os navios pretendem violar o que argumenta ser um ‘bloqueio naval legal’ de Gaza.
O barco, acompanhado pela marinha de Israel, chegou ao porto israelense de Ashdod na noite de segunda-feira (9). Israel não informou o que fez com os mantimentos, incluindo fórmulas infantis, que eram carregados na embarcação.
Greta partiu em um voo para a França e, em seguida, seguirá para seu país natal, a Suécia, disse o Ministério das Relações Exteriores de Israel em uma postagem no X. A pasta publicou uma foto de Thunberg no avião.
Além dela, outros dois ativistas foram deportados com um jornalista que estava na missão.
Segundo a Coalizão Flotilha da Liberdade, o restante dos passageiros recusaram a deportação e estão detidos em Israel. Eles devem ser levados a um tribunal ainda nesta terça-feira (10). Entre eles, está o brasileiro Thiago Ávila.
"Sua detenção é ilegal, politicamente motivada e uma violação direta do direito internacional", disse a coalizão em um comunicado. O grupo pediu que os demais passageiros fossem libertados sem deportação e disse que seus advogados exigiriam que eles pudessem concluir sua viagem a Gaza.
Rima Hassan, uma eurodeputada de origem francesa com ascendência palestina, também estava entre os passageiros a bordo do Madleen. Ela já havia sido impedida de entrar em Israel devido à sua oposição às políticas israelenses em relação à Palestina. Não ficou claro se ela estava sendo imediatamente deportada ou detida.
Sergio Toribio, um ativista espanhol que foi deportado, criticou as ações de Israel depois de chegar a Barcelona."É imperdoável, é uma violação dos nossos direitos. É um ataque pirata em águas internacionais", disse ele a repórteres.