Haddad diz que Castro "tem feito praticamente nada" sobre combustíveis que financiam crime organizado
Ministro da Fazenda afirma que governador do Rio de Janeiro precisa "acordar para o problema" e atuar junto à Receita "em relação ao contrabando de combustível"

Warley Júnior
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (29) que o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), "tem feito praticamente nada" para combater o contrabando de combustíveis no estado, "que é como você irriga o crime organizado". Segundo ele, o governo fluminense precisa "acordar para o problema crônico" e atuar junto à Receita Federal no enfrentamento das organizações criminosas.
"Estamos atuando forte no Rio de Janeiro contra o crime organizado, na minha opinião, da maneira mais eficaz, que é a questão dos combustíveis. Nós apreendemos quatro navios, e há uma guerra jurídica em torno da liberação dessas mercadorias. O governo do estado do Rio tem feito praticamente nada em relação ao contrabando de combustível, que é como você irriga o crime organizado", disse o ministro mais cedo a jornalistas, em Brasília.
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Haddad disse ainda que o dinheiro obtido com fraudes no setor de combustíveis alimenta o poder financeiro das milícias e das facções criminosas no estado.
"Quando o dinheiro tá irrigando o crime, é muito difícil você, na ponta, conseguir controlar. Tem que controlar pelo alto, asfixiar o crime, porque sem dinheiro eles têm pouca capacidade de atuação", completou.
As declarações ocorreram após a megaoperação realizada nessa terça (28) no Rio de Janeiro, que mobilizou 2,5 mil policiais e teve como alvo lideranças da facção Comando Vermelho (CV). A ação deixou mais de 130 mortos, incluindo quatro policiais, e se tornou a mais letal da história do estado.
Haddad também defendeu a aprovação da PEC da Segurança Pública, proposta que, segundo ele, busca integrar a atuação de governos estaduais, União, Receita Federal, Polícia Federal e Ministérios Públicos no combate ao crime organizado.








