Gleisi rebate críticas sobre emendas parlamentares e destaca repasse recorde em 2025
Ministra afirma que governo não está segurando verba e aponta "força-tarefa" para agilizar pagamentos com transparência

Rafael Porfírio
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), negou, em uma publicação nas redes sociais direta e com dados, que o governo Lula esteja atrasando, de propósito, a liberação das emendas parlamentares neste ano.
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Segundo a ministra, em post escrito no X nesta sexta-feira (27), o processo está mais ágil que nos anos anteriores, mesmo com um novo conjunto de regras e um orçamento aprovado com atraso.
"O governo não tem interesse nenhum em retardar as emendas. Isso seria até um contrassenso", afirmou. "Desde a aprovação do orçamento, montamos uma força-tarefa para acelerar a execução, dentro dos parâmetros legais e com total transparência".
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Novo rito, mais regra e mais cobrança
Gleisi fez questão de lembrar que, em 2025, tudo está funcionando com um novo roteiro legal. É a primeira vez que a liberação das emendas acontece dentro das normas da Lei Complementar 210/2024, aprovada pelo próprio Congresso Nacional depois de decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). A lei impõe mais controle e visibilidade sobre onde o dinheiro vai parar.
Além disso, a ministra explicou que o Orçamento de 2025 só foi aprovado pelo Congresso em 20 de março e sancionado por Lula em 10 de abril, quase três meses depois do habitual. Ou seja, o calendário começou atrasado, mas nem por isso o governo ficou parado, segundo ela.
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Números mostram o ritmo
Em uma tabela publicada pela ministra, números mostram o ritmo acelerado nos repasses das emendas em 2025. De 21 a 23 de junho, por exemplo, os repasses deram um salto de R$ 5,3 milhões para R$ 408,3 milhões, um avanço de 77 vezes em apenas três dias.
Desde o início da movimentação das verbas, em 12 de junho, os pagamentos saltaram de R$ 900 mil para R$ 465 milhões. Já o volume empenhado (comprometido para pagamento) foi de R$ 93,1 milhões para R$ 2 bilhões em apenas duas semanas.
Apesar do salto, o valor pago até agora representa só 0,93% dos R$ 50 bilhões previstos para o ano.

Congresso também tem sua parte
Para completar, Gleisi disse que uma parte da verba, as chamadas emendas de comissão, ainda não foi enviada pelo próprio Congresso Nacional. E isso, claro, também pesa no cronograma.
A ministra diz que está correndo contra o tempo e que, se tem atraso, é do processo – e não de má vontade do Planalto.