Política

Fux pede adiamento de julgamento sobre indicação de parentes em cargos políticos

Maioria entende que nomeação não configura automaticamente nepotismo, mas relator quer ajustar tese antes da decisão definitiva

Imagem da noticia Fux pede adiamento de julgamento sobre indicação de parentes em cargos políticos
O ministro Luiz Fux durante sessão plenária do STF | Gustavo Moreno/STF
,
Publicidade

O ministro Luiz Fux, relator da ação que discute se a nomeação de parentes de autoridades para cargos políticos configura nepotismo, pediu o adiamento do julgamento nesta quarta-feira (29), durante sessão plenária do Supremo Tribunal Federal (STF).

A Corte formou maioria para permitir esse tipo de nomeação em 23 de outubro, mas o julgamento seria retomado para a conclusão da análise, com os votos que ainda faltavam ser apresentados. O placar está em 6 a 1.

Fux justificou a retirada do processo da pauta afirmando que pretende “debater melhor algumas particularidades do que viria a ser a tese do julgamento” antes da conclusão definitiva.

+ PGR reforça pedido de informações ao governo do Rio após megaoperação

A discussão gira em torno de um recurso extraordinário que questiona se a prática viola a proibição de nepotismo prevista na Constituição.

O caso teve origem em Tupã (SP), onde o Ministério Público estadual contestou a possibilidade de parentes de autoridades ocuparem cargos políticos na administração municipal. O Tribunal de Justiça de São Paulo considerou a prática inválida e o município recorreu ao STF.

Em seu voto, Fux acolheu o recurso e defendeu que a Súmula Vinculante 13, que proíbe o nepotismo, não deve ser aplicada de forma automática e irrestrita a cargos de natureza política, como comandos de secretarias municipais, estaduais ou ministérios.

No entanto, ponderou que “não é possível nomear quando há falta de qualificação técnica e idoneidade moral para o cargo, fraude a lei e nepotismo cruzado”.

+ Após megaoperação no Rio, Alcolumbre anuncia criação da CPI do Crime Organizado

Cinco ministros acompanharam o entendimento de Fux: Cristiano Zanin, Nunes Marques, André Mendonça, Alexandre de Moraes e Dias Toffoli.

Até o momento, apenas Flávio Dino divergiu, sustentando que “não há espaço para exceções à regra constitucional que veda o nepotismo”.

Ainda faltam votar Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e Edson Fachin.

Publicidade
Publicidade

Últimas Notícias

Publicidade