ONU aprova resolução contra embargo econômico dos EUA a Cuba
Em vigor desde 1962, embargo restringe transações comerciais, financeiras e de transporte entre Cuba e empresas ou cidadãos norte-americanos

Reuters
A Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU) aprovou, nesta quarta-feira (29), uma resolução que pede o fim do embargo econômico imposto pelos Estados Unidos a Cuba.
O texto foi aprovado por 165 votos a favor, 7 contrários e 12 abstenções, reafirmando o isolamento da posição norte-americana na comunidade internacional.
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A resolução, proposta anualmente por Cuba desde 1992, pede a revogação imediata de todas as medidas coercitivas unilaterais impostas por Washington, que, segundo o texto, violam a Carta das Nações Unidas e o direito internacional.
Apenas os Estados Unidos e Israel votaram contra, mantendo a tradição de rejeitar a medida. Países aliados de Washington, como a Ucrânia e o Paraguai, optaram pela abstenção.
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O embargo, em vigor desde 1962, restringe transações comerciais, financeiras e de transporte entre Cuba e empresas ou cidadãos norte-americanos, afetando diretamente setores como saúde, energia e alimentação na ilha.
Acusações dos EUA sobre guerra na Ucrânia
Durante o debate, o representante dos Estados Unidos acusou o governo cubano de permitir que cerca de 5 mil cidadãos atuem como combatentes ao lado das forças russas na guerra da Ucrânia.
Havana rejeitou a acusação, chamando-a de “infundada”. O Ministério das Relações Exteriores de Cuba informou ter aberto processos judiciais contra indivíduos envolvidos em atividades mercenárias e reiterou que o país não participa de conflitos armados fora de seu território.
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Apesar das tensões com Washington, Cuba mantém uma aliança histórica com a Rússia, tanto política quanto econômica, e costuma apoiar Moscou em votações multilaterais.
Ainda assim, o governo cubano tem defendido o diálogo e a busca por uma solução pacífica para o conflito no Leste Europeu.
Em discurso na ONU, o chanceler cubano Bruno Rodríguez reiterou que o embargo “é o principal obstáculo ao desenvolvimento” do país e que sua revogação “é uma exigência universal pela justiça e pela paz”.









