Castro e Lewandowski anunciam "escritório emergencial" contra crime organizado no Rio
Estrutura será coordenada pela Secretaria de Segurança e terá apoio federal com vagas em presídios e equipes de perícia para identificação de corpos


Vicklin Moraes
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), anunciou nesta quarta-feira (29) a criação de um “escritório emergencial de enfrentamento ao crime organizado” durante coletiva realizada ao lado do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.
Segundo Castro, a coordenação ficará a cargo de Victor Santos, secretário de Segurança Pública do estado. O governador destacou a importância da união das forças para garantir segurança à população: "Independente de erros ou acertos, saímos daqui hoje com uma grande oportunidade", afirmou o governador.
Lewandowski informou que o governo federal abriu vagas em presídios federais para líderes do Comando Vermelho, enviou peritos para auxiliar na identificação de corpos após a megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão e intensificou ações de inteligência em cooperação com o estado.
“Essa expressão ‘escritório emergencial’ tem o sentido de não criarmos uma estrutura burocrática permanente. É um fórum onde as forças de segurança irão tomar decisões rapidamente até que a crise seja superada”, declarou o ministro da Justiça.
A relação entre Castro e governo federal se tensionou após nesta terça-feira(28), em coletiva após a operação Castro chegou a afirmar que fez um pedido de ajuda ao governo federal, mas que a solicitação foi negada. A fala foi rebatida por Lewandowski, que afirmou que nenhum pedido foi recusado, porque, segundo ele, o governador sequer formalizou qualquer solicitação.
Operação Contenção
Deflagrada na terça-feira (28), a Operação Contenção mobilizou cerca de 2.500 policiais civis e militares nos complexos da Penha e do Alemão, com o objetivo de desarticular lideranças do Comando Vermelho. A ação resultou em 113 presos, 10 adolescentes apreendidos e 118 armas recolhidas, incluindo 91 fuzis, além de explosivos, munições e drogas.
A operação enfrentou forte resistência armada. Relatos apontam troca de tiros, barricadas incendiadas em vias expressas e ataques com drones lançados por criminosos para retardar o avanço das equipes. Pelo menos quatro moradores ficaram feridos.
O governador Cláudio Castro (PL) classificou a operação como um “sucesso” e disse que as únicas “vítimas” foram os quatro policiais mortos. Já o secretário de Segurança Pública, Victor Santos, admitiu que “a alta letalidade era previsível, mas não desejada”.
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