Lula adota tom conciliador com o Congresso e atribui impasses à articulação do governo
Presidente afirmou que desacordos ocorreram em temas de natureza ideológica, mas sem comprometer a cooperação em pautas econômicas

Jessica Cardoso
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) procurou minimizar, nesta segunda-feira (15), os atritos recentes na relação com o Congresso Nacional ao adotar um discurso de conciliação e valorização do papel do Legislativo.
Em fala durante a inauguração da nova sede da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), em Brasília, o presidente elogiou a atuação de deputados e senadores ao longo do mandato e atribuiu ao próprio governo a responsabilidade pela não aprovação de parte das propostas enviadas ao Parlamento.
“Eu sou muito grato a tudo que o Congresso fez por nós nesses três anos de governo, tanto Senado quanto Câmara, aquilo que não aprovaram, possivelmente porque a gente não teve capacidade de convencê-los a aprovar”, disse Lula.
Segundo o presidente, divergências ocorreram sobretudo em temas de natureza ideológica, enquanto, nas pautas econômicas, a relação foi marcada por cooperação.
“Na questão econômica, na questão do benefício desse país, o Congresso foi muito correto nesse tempo todo com o meu governo”, disse.
Apesar do esforço para reduzir tensões, Lula manteve críticas pontuais, como a derrubada de vetos presidenciais no projeto de lei do licenciamento ambiental.
Segundo ele, a flexibilização das regras pode causar prejuízos ao agronegócio e à imagem do Brasil no exterior. “Isso não ajuda o agricultor brasileiro”, afirmou, ao mencionar possíveis impactos sobre acordos comerciais, como o firmado entre o Mercosul e a União Europeia.







