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Política

“Havia uma perseguição ativa e constante contra Zambelli”, diz ex-assessor de Moraes em depoimento na CCJ

Eduardo Tagliaferro afirmou que deputada licenciada era alvo constante de relatórios no TSE; parlamentar agradeceu emocionada

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Eduardo Tagliaferro (à esquerda) e Carla Zambelli (à direita) participam de sessão da CCJ da Câmara nesta quarta-feira (17) | Reprodução
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Durante depoimento nesta quarta-feira (17), Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de o ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) falou que havia uma “perseguição ativa e constante” contra a deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP), presa na Itália, enquanto ele chefiava a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação no TSE. Segundo ele, Zambelli era considerada prioridade entre os alvos de relatórios produzidos pelo gabinete.

“Ela foi uma das principais personagens. Era uma perseguição ativa, constante, praticamente semanal. Duas, três, quatro vezes por semana eu recebia pedidos para monitorar qualquer coisa que envolvesse Carla Zambelli em rede social”, afirmou Tagliaferro.

Ele acrescentou que havia conversas em que a ordem era explícita: “Vamos pegar ela”.

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Zambelli se emociona

A deputada, que acompanhava a sessão, agradeceu emocionada o depoimento.

“Eu queria te dizer, um pouco emocionada, o quanto eu estou agradecida pela coragem que você está tendo agora e pelo quanto você se expôs. Isso eu nunca mais vou esquecer na minha vida e eu vou rezar sempre por você”, disse a deputada.

Ela também questionou o ex-assessor sobre o episódio em que sacou uma arma na véspera do primeiro turno das eleições de 2022, em São Paulo (SP). Tagliaferro respondeu que recebeu pedido para elaborar um relatório sobre o caso, mas que não havia indicação de que ela tivesse efetuado disparos.

Tagliaferro é testemunha da parlamentar na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados, no processo que analisa a cassação do mandato de Zambelli.

+Zambelli participa de audiência sobre cassação de mandato e troca farpas com hacker Delgatti

Entenda o caso

Carla Zambelli está presa na Itália, onde aguarda o julgamento de um pedido de extradição para o Brasil. Ela e o hacker Walter Delgatti Neto foram condenados por invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.

Além das condenações criminais, Zambelli também foi sentenciada à perda do mandato parlamentar. A decisão ainda precisa ser analisada pela Câmara dos Deputados. O processo (Representação 2/25) tramita na CCJ e, posteriormente, será levado ao Plenário.

Testemunhas

Na semana passada, a CCJ começou a ouvir as testemunhas arroladas pela defesa da deputada. O primeiro a prestar depoimento foi Walter Delgatti, que reafirmou ter recebido ordens de Zambelli para invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserir um falso mandado de prisão contra Alexandre de Moraes.

Agora, com o depoimento de Tagliaferro, a defesa tenta reforçar a tese de que a deputada foi alvo de perseguição política e judicial.

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