CPMI do INSS rejeita convocação de Frei Chico, irmão de Lula
José Ferreira da Silva é vice-presidente do Sindnapi, entidade investigada por fraudes em descontos associativos; bate-boca marcou votação desta quinta (16)

Gabriela Vieira
Parlamentares governistas conseguiram barrar nesta quinta-feira (16) requerimento para convocar José Ferreira Chico, o Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a prestar depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS.
Ele é vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), entidade investigada no esquema de fraudes bilionárias em descontos associativos irregulares.
O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), colocou em pauta a votação de requerimento para ouvir irmão de Lula. "A convocação integra o bloco de oitivas destinado a esclarecer vínculos de entidades e associações com o esquema de descontos indevidos em benefícios previdenciários", esclareceu o parlamentar.
Requerimentos foram rejeitados por 19 votos contrários e 11 favoráveis. A votação desta quinta incluiu 101 requerimentos, incluindo o pedido da quebra dos sigilos bancário e fiscal do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi, que acabou fora da pauta. O pedido de prisão preventiva contra o presidente do Sindicato Nacional de Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), Milton Cavalo Batista, também foi rejeitado.
Na ocasião, também houve bate-boca entre o líder do Partido Liberal (PL) na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), e o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP).
Na última quinta (9), o Sindnapi foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF). O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça ordenou na terça (14) o bloqueio de aproximadamente R$ 390 milhões em bens e valores do sindicato.
A CPMI continua ainda nesta quinta (16), com o depoimento de Cícero Marcelo de Souza Santos. Ele é assessor do presidente da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), Carlos Roberto Ferreira Lopes, ouvido pela comissão e preso em flagrante.