Congresso pouco pode fazer sobre suposto refúgio de Bolsonaro na embaixada da Hungria; entenda
Ministro Alexandre de Moraes, do STF, deu 48h para ex-presidente explicar episódio; ontem, na saída de evento, ex-chefe do Executivo falou em perseguição
A hospedagem de dois dias de Jair Bolsonaro (PL) na embaixada da Hungria, em Brasília, pouco depois da operação da Polícia Federal (PF) que apreendeu passaporte do ex-presidente, é assunto do Brasil Agora desta terça-feira (26). O jornalista Leonardo Cavalcanti analisa o caso em conversa com a apresentadora Iasmin Costa.
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"Tem gente avaliando que ele não tentou asilo, mas conseguiu asilo. Naquele momento, já estava sem passaporte. É importante dizer que pedir asilo político é legítimo pra quem se acha perseguido. O ex-presidente precisa dizer o que estava fazendo, em pleno Carnaval, na embaixada da Hungria", aponta Cavalcanti.
A defesa de Bolsonaro confirmou que o ex-presidente passou dois dias na embaixada, mas a convite de autoridades. A justificativa é de que ele visitou o espaço "para manter contatos com país amigo" e debater "cenários políticos das duas nações".
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"Como Bolsonaro tinha acabado de ter uma operação contra ele, a partir da delação de Mauro Cid... Ele talvez tenha feito cálculo de que poderia ser preso e buscou efetivamente ali o asilo. É legítimo buscar asilo. Outras pessoas buscaram asilo. Muitos, durante a ditadura brasileira... Isso aconteceu com frequência", lembra o jornalista.
Cavalcanti pondera, no entanto, que ex-presidente deveria admitir que recorreu à embaixada da Hungria em busca de proteção e abrigo.
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"É legítimo se você acha que está sendo perseguido, buscar uma proteção. Agora, é preciso que se admita esse movimento. Não dá pra dizer que foi passar, durante o Carnaval, dois dias na embaixada. É preciso ter mais elementos para expicar, porque isso não está explicado", analisa.