Carlos Lupi deixa o Ministério da Previdência
Pedido de demissão acontece após revelação de esquema bilionário no INSS. Wolney Queiroz será o substituto
SBT News
O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), deixou o governo nesta sexta-feira (2). Em reunião durante a tarde com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Lupi pediu para sair do ministério. A decisão ocorre depois da revelação de um esquema bilionário de fraude no INSS, envolvendo descontos ilegais de aposentados e pensionistas.
Em nota, o Palácio do Planalto informou que o substituto será o ex-deputado federal Wolney Queiroz, também do PDT. A exoneração de Lupi e a nomeação de Queiroz já foram publicadas em edição extra do Diário Oficial da União.

A escolha por Queiroz deve segurar o PDT na base do governo. Os pedetistas somam 17 deputados federais e 3 senadores.
"Tomo esta decisão com a certeza de que meu nome não foi citado em nenhum momento nas investigações em curso, que apuram possíveis irregularidades no INSS. Faço questão de destacar que todas as apurações foram apoiadas, desde o início, por todas as áreas da Previdência, por mim e pelos órgãos de controle do governo Lula."
Desgaste
O desgaste da permanência de Lupi no governo ficou evidente a partir do dia 30, após a nomeação do procurador Gilberto Waller Júnior para o cargo de presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) à revelia do PDT. A decisão foi tomada pelo próprio presidente Lula, sem consultar Lupi.
Lupi é presidente licenciado do PDT. A publicação da nomeação saiu em edição extra do Diário Oficial e Lupi teria sido apenas comunicado pela ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffman.
Waller não tem relação com o PDT, o que irritou Lupi. Além dele, o líder do PDT na Câmara, deputado Mário Heringer, também criticou o Planalto, qualificando como "extremo constrangimento" ao partido.
Fraude do INSS
No dia 23 de abril, a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram a “Operação Sem Desconto”, que apontou desvios de mais de R$ 6 bilhões de aposentados e pensionistas. O esquema teria começado em 2019. A ação resultou na demissão do presidente do instituto, Alessandro Stefanutto.









