"Bolsonaro podia vender, jogar no mar, atear fogo, era dele", diz Eduardo sobre joias sauditas
Em entrevista ao Perspectivas, deputado ainda comparou tratamento dado a caso do pai e do relógio de Lula
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou, ao programa Perspectivas, que seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), poderia fazer o que quisesse com as joias que recebeu da Arábia Saudita, quando era chefe do Executivo, já que os itens eram dele. Assista à entrevista completa no site e no canal do SBT News no YouTube.
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"Sem entrar no mérito sobre o que ele fez ou não, Bolsonaro podia vender, jogar no mar, atear fogo [nas joias]. Era dele. Agora vamos aos fatos: ele devolveu tudo. Devolveu relógio, arma, tudo o que ele tinha", disse o deputado.
A defesa de Bolsonaro devolveu em março de 2023 os presentes que o ex-presidente recebeu do governo da Arábia Saudita, quando ainda era chefe do Executivo. A medida aconteceu após determinação do Tribunal de Contas da União (TCU).
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Em julho de 2024, Jair Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal por peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro, acusado de se apropriar indevidamente dos presentes dados a ele durante a Presidência por autoridades internacionais. Os itens são avaliados, segundo a PF, em R$ 6,8 milhões.
O inquérito das joias sauditas tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com as apurações, Bolsonaro e assessores tentaram vender as joias fora do Brasil e chegaram a tentar recomprá-las.
Na entrevista, Eduardo ainda questionou por que o pai é alvo de investigação, enquanto os presentes de autoridades internacionais recebidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em mandatos anteriores, puderam ser mantidos no acervo pessoal do petista.
"E o que tem aí do Lula? Lula vai devolver? Como é que pode meu pai ser acusado de corrupção porque recebeu um presente e o outro ganhou um presente e está tudo bem? Isso não entra na cabeça da população. Fica fácil até para eu vender a perseguição que a gente está sofrendo. Isso deixa as pessoas indignadas", declarou.
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O entendimento atual do TCU, de que somente itens "personalíssimos" podem ser mantidos com o presidente após o fim do mandato, só foi definido em setembro de 2016. O segundo governo de Lula se encerrou em 2010.
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*A entrevista do SBT News com o deputado federal Eduardo Bolsonaro foi gravada na terça-feira (13).