Rui Costa critica Campos Neto: "Está fazendo um desserviço à nação"
Chefe da Casa Civil nega divergências com Haddad: "Inventaram disputa"
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, voltou a criticar a taxa de juros e declarou que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, presta um "desserviço" ao país. Em café da manhã com jornalistas, o ex-governador da Bahia negou qualquer tipo de divergência com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e disse que "alguém criou uma disputa" entre ele e o colega.
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Rui Costa classificou como "inexplicável" a manutenção da alta dos juros em 13,75% ao ano. O ministro afirmou ainda que, se o Copom não reduzir a Selic, o governo continuará a criticar e a questionar a política monetária da instituição.
"O Brasil é disparado a maior taxa real de juros do mundo. Então a economia está sendo asfixiada. O comércio está sendo asfixiado em seu financiamento. Nós estamos com uma crise de crédito", disse. "Ou o mundo inteiro está errado e só o Banco Central Brasileiro está certo", prosseguiu Costa. "O que o presidente do Banco Central está fazendo é um desserviço à nação brasileira", completou.
Ao ser questionado sobre uma possível desavença com Haddad, Rui Costa disse que tem uma "proximidade político-ideológica" com o ex-prefeito de São Paulo. "Alguém criou essa tese de que há uma polêmica, uma disputa, entre mim e o ministro Haddad, e fica isso há semanas. Eu até brinquei com ele nesta semana: 'Acho que a gente vai ter de tomar café da manhã junto, almoçar junto, quem sabe morar junto, para ver se para com isso'", disse o ex-governador da Bahia.
Arcabouço fiscal em abril
Costa afirmou que o anúncio das propostas das novas regras fiscais foi adiado por questões de "cautela" e que é "entendível" que o presidente Lula tenha deixado para falar depois da viagem para a China. Como noticiou o SBT News, o chefe do Executivo disse, na 3ª feira (21.mar), que vai divulgar o novo arcabouço fiscal no mês que vem.
"Cautela, nesse caso do arcabouço, eu acho que é plenamente entendível. A Fazenda, na minha opinião, está de parabéns pela concepção apresentada e agora é transformar a concepção em texto [...] O presidente pediu para o Haddad fazer essa interlocução com os líderes, presidente do Senado, da Câmara, o que já foi feito".
Ainda segundo Costa, não há um texto pronto do arcabouço fiscal. "O que foi apresentado ao presidente foi a concepção geral, o esqueleto básico da proposta. Agora, esse esqueleto tem que ser recheado de detalhes e está sendo monitorado pelo Ministério da Fazenda", completou o chefe da Casa Civil.
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