Dinamarca convoca embaixador dos EUA após Trump nomear enviado especial para a Groenlândia
Governo dinamarquês reage a novo gesto de Washington e afirma que soberania do Reino não está em negociação


Reuters
O ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, Lars Løkke Rasmussen, afirmou nesta segunda-feira (22) que irá convocar o embaixador dos Estados Unidos, Kenneth Howery, após o presidente norte-americano Donald Trump nomear um enviado especial para a Groenlândia.
“A integridade do Reino depende do próprio Reino. Estou aqui nas Ilhas Faroé e, enquanto tivermos um Reino composto pela Dinamarca, Ilhas Faroé e Groenlândia, não podemos aceitar que alguém desafie nossa soberania”, afirmou Rasmussen. Segundo o chanceler, o embaixador dos EUA será chamado ao Ministério das Relações Exteriores para “deixar claro que alguns limites estão sendo ultrapassados” e para obter explicações formais sobre a iniciativa americana.
O presidente dos Estados Unidos tem defendido publicamente que a Groenlândia se torne parte do território norte-americano, citando sua importância estratégica e o potencial de exploração de recursos minerais. A posição voltou ao centro do debate após a nomeação do enviado especial, vista por Copenhague como um gesto político sensível.
A Groenlândia é uma antiga colônia dinamarquesa, com cerca de 57 mil habitantes, e possui o direito de declarar independência conforme um acordo firmado em 2009. Apesar disso, o território ainda depende fortemente da pesca e de subsídios financeiros do governo dinamarquês.
Localizada entre a Europa e a América do Norte, a ilha ocupa posição estratégica para o sistema de defesa antimíssil dos Estados Unidos. Além disso, sua riqueza mineral tem despertado crescente interesse internacional, em meio aos esforços americanos para reduzir a dependência de exportações chinesas.









